quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Quarta-feira, 8 Dezembro 2010

Imprimir o cartaz era o que faltava e o que já não fica a faltar.
A Rita encarregou-se disso e deu um saltinho ao Staples durante o feriado, saindo depois alegremente com ele já enrolado e pronto para ser exposto. É fácil, é rápido (a impressão, porque as filas de espera são sempre piores) e infelizmente não dá milhões, mas continua a ser bem mais barato do que esperávamos.

Terça-feira, 7 Dezembro 2010

O stress é uma coisa tramada. Principalmente quando tomamos consciência de que temos de entregar o trabalho prontinho e aprumadinho em bandeja de prata à professora na próxima aula.
Portanto, hoje foi uma correria. Pôr todos os diários de bordo em dia, corrigir na eventualidade de precisar de ser corrigido, organizar quando necessitar de ser organizado... foram só exemplos da desmesuradamente longa lista de tarefas a fazer.
Agora sim, achamos que está tudo em ordem. Só falta mesmo imprimir o cartaz.

Sexta-feira, 3 Dezembro 2010

Nesta aula estivemos a terminar o cartaz e o cartão-de-visita... Sim, cremos que foi tudo...
Não tirem suposições erradas, nós até estivemos a trabalhar arduamente (é verdade, de vez em quando fazemos isso). Só nos deparámos com algumas dificuldades, principalmente no cartaz, porque às vezes o WordArt é um casmurro e não faz aquilo que nós queremos. E lembrem-se que o aspecto estético também é muito importante! Claro que três raparigas a tentar embelezá-lo é sempre impossível agradar a gregos e troianos. Acabámos por aproveitar as melhores ideias de cada uma (e aqui temos de dar especial mérito à Sara, o génio acidental, por nos conseguir resolver um grande problema - a miúda tem potencial).
... Já viram que estivemos a aula inteira a fazer um cartaz e um cartão para (tentar) agradar ao pessoal da escola?! (E para ter uma nota razoável, mas isso são negócios à parte)
É, literalmente, uma ganda chatice. Aquilo a que nos obrigam!
Mas, modéstia à parte, ficou mesmo giro!
Vejam por vocês mesmos:
  • O cartaz






  • O cartão


    terça-feira, 7 de dezembro de 2010

    Sexta-feira, 26 Novembro 2010

    A menina dos nossos olhos, expressão que já nos devem ter ouvido dizer, está finalmente pronta para as apresentações formais, para sair do seu casulo e esvoaçar para divulgar o nosso projecto.
    Aqui fica, portanto, o nosso logótipo:
    A explicação/descrição:
    Procurar uma imagem que tenhas a ver com o nosso tema, doenças mentais, não é fácil. Mesmo se procurarem em "mente" ou "loucura", aparecerão somente imagens de cérebros ou de pessoas em sofrimento, bem mais sinistras e sombrias do que o que pretendíamos. O que gostávamos de encontrar era um conceito simbólico, abrangente, e relacionado com a mente.
    O que sabíamos é que a alegoria de Psyque, antiga deusa grega da mente e da alma, é uma borboleta. E muitas vezes, este animal aparece associado à mente e ao pensamento; por isso,  decidimos começar por aí. Ficam assim explicadas as asas.
    Para que tudo isto tivesse uma faceta mais "humana" decidimos trocar o corpo da borboleta pelo corpo de uma rapariga (nada a relatar acerca da escolha do sexo, as raparigas são apenas mais fáceis de desenhar; não pensem que há aqui algum tipo de discriminação), e decidimos dar-lhe uma expressão ligeiramente... perturbada.
    Agora, com o logótipo pronto, "começámos a finalizar" o nosso cartão e cartaz, o que sem dúvida nos vai dar ainda pano para mangas.

    Terça-feira, 23 Novembro 2010

    Frustração.
    Não há mais nada que descreva esta aula. Frustrante.
    Tentámos aplicar uma nova equação matemática naquilo que fazemos. Têm ideia do que acontece quando se juntam três tolinhas, quase ignorantes na área de informática e software, um logótipo scannalizado e um Photoshop recentemente adquirido? Não? Vamos enunciar a Lei Geral para que fiquem elucidados:
                                 Ignorância3 (Photoshop + Logótipo) = Barraca!

    À parte disto, até foi bastante interessante. Principalmente na parte em que o computador começava a bloquear e tínhamos de recomeçar, acompanhadas da expressão de pânico da Sara e da Rita e do riso incontrolável da Ana, simplesmente porque não se podia fazer outra coisa. Valeu-nos a ajuda do Diogo, que sorrateiramente raptámos das garras do Nuno e que é já um pro nestas coisas. Sem o auxílio valiosíssimo do Designer Gráfico isto podia ter corrido bem pior.
    Enfim, uma daquelas aulas dignas de memória (ou uma aula para esquecer), em que o computador esteve em risco de colisão com a janela, em que nos apetecia fugir porta fora e em que até foram misteriosamente roubadas cadeiras.
    Em conjunto, decidimos continuar a tarefa titânia em casa. Felizmente a Ana conseguiu atinar com a coisa e tudo acabou em bem (que nem um belo de um filme).

    Sexta-feira, 19 Novembro 2010

    De vez em quando sabe bem deixar o trabalho de lado e relaxar, sair da rotina, estar com amigos.
    Não fiquem agora espantados quando vos dissermos que hoje a nossa presença na aula com o computador debaixo do braço (ou debaixo das mãos de preferência) serviu maioritariamente para nos andarmos a divertir no facebook. Ah, pois é, não é para todos!
    ... Agora a sério, não acreditem em tudo o que dizemos, já deviam saber que mentimos sempre. Acham que alunas aplicadas como nós fazem atrocidades dessas? E acham que mesmo que fizéssemos (porque não fazemos) andávamos a espalhá-lo por aí aos quatro ventos? Acham?
    Só não desmentimos uma coisa. Estivemos mesmo no facebook, mas com o fim mais didáctico (tanto quanto o pode ser numa rede social). Achamos que é um meio de interacção muito mais fácil, acessível e, esperamos, que desperta mais a atenção do comum mortal. O que queremos é divulgar o nosso projecto e envolver público. Por isso visitem-nos e mantenham-se atentos à nossa página que dá pelo nome: "Realidade: um mundo à parte".
    ...
    Falta dizer que hoje foi finalmente apresentado o nosso logótipo. Sim, isso mesmo, afinal ele existe; não pensem que nos tínhamos esquecido. Tinha estado apenas em fase de processamento. Mas talvez seria melhor contar toda a história: Acontece que, para ter algo original e feito por nós, como "brasão de armas" que nos identifique, nomeamos a Ana para nos desenhar um logotipo. O que ela (finalmente) fez.
    Apresentações feitas, temos um novo menino (ou menina, mais correctamente) dos nossos olhos. Ainda precisa de uns retoques e precisa de ser passado para computador, já que todo o trabalho é arte tradicional, com aguarelas, marcador e lápis, mas prometemos dá-lo a conhecer em breve.

    Terça-feira, 16 Novembro 2010

    Hoje foi dia de teste. Ou melhor dizendo, hoje foi dia de inventar um teste. Por isso, meus meninos, preparem-se bem, estudem afincadamente, queimem as pestanas e acordem os neurónios, porque amanhã vão ser avaliados os vossos conhecimentos.
    ... Bem, pronto, talvez não amanhã, mas decerto num futuro não muito distante.
    E que espécie de teste é este, afinal, que indignadamente apanha todos de surpresa? Podemos dizer que não é propriamente teste, por isso guardem os livros e suspirem de alívio.
    O que estivemos a fazer esta aula foi um inquérito para testar os conhecimentos que os alunos da nossa escola têm acerca do nosso tema. Inquérito esse que, depois de respondido, vai servir para compilação e estudo de dados (precisamente aquilo para qual o inquérito deve servir, como é óbvio).
    E quais são as tão aclamadas perguntas? Ah... não vamos divulgar. Não é teste, mas continua a ser surpresa. Cábulas é algo altamente reprovável e que nenhum aluno faz, certo? Certíssimo!

    sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

    Wish You Were Here




    Pink Floyd, Wish You Were Here (1975)

    So, so you think you can tell
    Heaven from Hell,
    Blue skys from pain.
    Can you tell a green field
    From a cold steel rail?
    A smile from a veil?
    Do you think you can tell?

    And did they get you to trade
    Your heros for ghosts?
    Hot ashes for trees?
    Hot air for a cool breeze?
    Cold comfort for change?
    And did you exchange
    A walk on part in the war
    For a lead role in a cage?

    How I wish, how I wish you were here.
    We're just two lost souls
    Swimming in a fish bowl,
    Year after year,
    Running over the same old ground.
    What have we found?
    The same old fears.
    Wish you were here.

    sexta-feira, 19 de novembro de 2010

    3ªferia, 12 Outubro a 6ªfeira, 12 Novembro 2010

    Enfim, o tempo passa bem depressa. Um mês voou, bem alto e para longe, e nós aqui em baixo a tentar acompanhá-lo, antes que ele se escapasse de vez. Procurar, correr, perdermo-nos nos labirintos do caminho e encontrarmo-nos de novo foram apenas algumas das coisas que temos feito ultimamente (não julguem que é pouco; também dá trabalho, está bem?); fora todas as outras subtilezas.
    Simples e insignificantes tarefas como pesquisas acerca do tema em questão, tratar informação, publicá-la (aqui mesmo, neste belo blog) e actualizar o diário de bordo, tentando refazer todas as nossas pegadas (talvez por isso as datas não estejam coerentes, como de certo já notaram).
    Por isso... sim resume-se a isto o que fizemos no passado mês. Meu Deus, dito assim até parece que andámos para aqui a brincar... Não é verdade! OK? Para além de travar batalhas diárias com a net e aturarmo-nos umas às outras (não é nada fácil para que saibam) conseguimos edificar a estrutura do nosso projecto, da nossa futura obra-prima (modéstia à parte).
    Agora podemos suspirar de alívio e sentarmo-nos confortavelmente a descansar e a apreciar as vistas (ahahaha). Ou talvez não. Pelo menos sonhar ainda não é proibido.
    Agora falta-nos iniciar a parte cool da coisa, deixarmos de anti-socialidades e começarmos a interagir.

    terça-feira, 16 de novembro de 2010

    Sexta-feira, 8 Outubro 2010

    Hoje foi dia de estabelecer limites. A partir de agora, se alguma destas três raparigas pisar as linhas, vamos ter chatices! Portanto, ficaremos aqui, a Sul da Fronteira.
    Vamos explicar melhor. Acabámos de definir os assuntos que vamos tratar.
    E agora sim podem perguntar-se: "O que fica a sul da fronteira?".
    Muitas coisas que, por mais que sejam, não chegam sequer a roçar a superfície. Mas vamos ser breves. Decidimos que iremos falar acerca das doenças que mais afectam jovens da nossa idade e que mais despertam a curiosidade geral.
    Entre elas:
    - Autismo
    - Esquizofrenia
    - Epilepsia
    - Depressão
    - Transtorno maníaco-depressivo

    Todavia, o que queremos saber acima de tudo, é como é a realidade destas pessoas, como e que elas vêem o mundo. E como é que o mundo as vê a elas. Como é que a sociedade lida e o que pensa acerca destes doentes. 
    Agora já temos todas as bases para começar a pesquisar e a desenvolver o nosso projecto.
    Portanto resta-nos pôr as mãos ao trabalho e arar esta nova terra para que mais tarde ao que lá plantarmos dê frutos.

    sexta-feira, 12 de novembro de 2010

    Características do Autismo Infantil

    Sexta-feira, 1 Outubro 2010

    Hoje fomos ter com a psicóloga. A bem dizer, precisamos de toda a ajuda que consigamos arranjar.
    Ah... pois, isso mesmo, terapia de grupo. A partir de agora fazemos parte dos qualquer-coisólicos anónimos; vamos partilhar experiências, introspeccionar-nos, falar dos nossos problemas...
    Ou não. Não mesmo! Nós não estamos aqui para brincar nem para palavreado. O que nós vamos fazer é lidar com o trauma!
    Armadas com o nosso melhor lápis e bloco de notas e armadilhadas com a mais audaz curiosidade, tomámos de assalto a sala de atendimento da escola e roubámos uma horinha à nossa psicóloga.
    Apesar do nosso bravo espírito revolucionário, será muito fácil perceber que assim que atingimos o território a conquistar, nos comportámos como uns cordeirinhos. Estar debaixo do olhar atento de um psicanalista é sempre intimidante.
    O nosso objectivo: informar-nos melhor sobre o nosso tema, para começar a delinear o trabalho.
    Nesta pequena "consulta" fomos postas a par do enorme universo das doenças mentais. Tal como a doutora enfatizou, é quase impossível abordar todos os aspectos destas doença, até porque a sua definição é difícil e porque são tão variadas como a dislexia e a esquizofrenia. Foi-nos também dada uma pequena lista de temas a investigar e vários contactos de médicos e psiquiatras que nos poderá vir a ser útil.
    No final da consulta, arrecadámos as armas, voltámos à nossa base (sala de aula) e começámos a conspirar acerca do próximo alvo: as fronteiras.
    Pensámos, pensámos e pensámos...

    terça-feira, 9 de novembro de 2010

    A depressão quase me matou- Um caso real



    O livro "A Depressão Quase me Matou - Um Caso Real", é um relato de um ex-doente, vítima de depressão. Um testemunho de Carlos Palma, rico em conhecimentos que poderão ser úteis não só para aqueles que sofrem desta disfunção psíquica, mas principalmente para todos aqueles que de mais perto com elas convivem.
    É uma obra que não nos fala apenas da doença em si, mas antes da forma como lidar com ela e como encarar as pessoas que dela sofre.

    «Nove horas. Acordo de mais uma noite de pesadelos. A minha mulher já saiu para o emprego. Hora e meia nos transportes públicos. É de assustar só de pensar. O meu filho já está na escola. 15 anos. É um filho impecável. Meigo. Desorientado e assustado com o que vê no  meu comportamento. Fala em sussurro com a mãe. A minha mulher diz-me: -"Carlos. O nosso filho anda assustado e desorientado com o que vê. Não se consegue concentrar nas aulas. Anda muito calado. Já lhe expliquei que estás psicologicamente debilitado mas com os medicamentos vais melhorar em breve e voltarás a ser alegre e brincalhão. Vou chamá-lo. Faz-lhe uma carícia e sorri para ele. Consegues?". Com a cabeça digo que sim. Entra no meu quarto. Tenho o olhar fixo no tecto do quarto. Sorrio para ele. Ajoelha-se ao pé da cama e beija-me. Descontrolo-me. Abraço-o com força e beijo-lhe os cabelos lindos a cheirar a lavado. Irrompo num pranto convulsivo. As minhas lágrimas molham-lhe a face e os cabelos. Um nó na garganta."Não chores pai... pai não chores...por favor pai...". Estou a traumatizar o meu filho. Vou buscar forças ao fundo de mim. Enxugo as lágrimas, encho o peito de ar e afago-lhe a face molhada. Uma voz cava sai dos meus lábios. "Mário. Não te quero ver nesse estado de nervos. O que o pai tem hà-de  passar com os medicamentos a ajuda do médico e a força que tu e a tua mãe me dão. Não te quero ver assim preocupado. Vai pra casa dos teus amigos jogar no computador. Distrai-te." Forço um sorriso. "Ontem o nosso clube ontem jogou bem... pira-te e não penses mais nisto". Beijou-me a face. Levantou-se e saiu. A cara pálida do medo. "Tchau e porta-te bem se tiveres tempo".  Isto foi ontem à noite. Noto um  movimento ao fundo da cama. A gata está a enroscar-se. Olha para mim. Parece, pelo olhar triste que compreende tudo o que se passa. Vem até junto da minha cara. Cheira-me…»

    Epilepsia

    A epilepsia é uma alteração na actividade eléctrica do cérebro, temporária e reversível, que produz manifestações motoras, sensitivas, sensoriais, psíquicas ou neurovegetativas. Para ser considerada epilepsia deve ser excluída a convulsão causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos.
    Existem várias causas para a epilepsia, uma vez que muitos factores podem lesionar os neurónios ou o modo como estes comunicam entre si. As causas mais frequentes são: os traumatismos cranianos, provocando cicatrizes cerebrais; traumatismo de parto; interrupções do fluxo sanguíneo cerebral causado por AVC ou problemas cardiovasculares; ou doenças infecciosas e tumores.
    Podem ser encontradas lesões no cérebro através de exames de imagem, como a tomografia computadorizada, mas normalmente tais lesões não são encontradas.
    Existe uma discussão sobre a “personalidade epiléptica” no sistema legal, mas de um modo geral o epiléptico não deve ser considerado inimputável.
    Quando se identifica uma causa que provoque a epilepsia, esta é designada por “sintomática”, que quer dizer que a epilepsia é apenas o sintoma pelo qual uma doença subjacente se manifestou; em 65% dos casos não se consegue detectar nenhuma causa, e assim a epilepsia é chamada de “idiopática”; quando se suspeita da existência de uma causa mas não se consegue detectar a mesma, a epilepsia é designada de “criptogénica”.

    Alguns factores que podem desencadear crises epilépticas:

    1.       Mudanças súbitas da intensidade luminosa ou luzes a piscar (algumas pessoas têm ataques quando vêem televisão, jogam no computador ou frequentam discotecas);
    2.       Privação de sono;
    3.       Ingestão de bebidas alcoólicas;
    4.       Febre;
    5.       Ansiedade;
    6.       Cansaço;
    7.       Ingestão de algumas drogas e medicamentos.

    “Em todos os países, a epilepsia representa um problema importante de saúde pública, não somente pela sua elevada incidência, mas também pela repercussão da enfermidade, a recorrência das suas crises, além do sofrimento dos próprios pacientes devido às restrições sociais que na maioria das vezes são injustificadas” – afirma um neurologista, que também é professor da Universidade de Guadalajara, no México.

    Ao contrário do que muitos pensam, a epilepsia não é incurável, existem tratamentos com medicamentos e cirurgias capazes de controlar e até curar a epilepsia. Os principais medicamentos utilizados são a Fenobarbital, Fenitoína, Valproato, Carbamazepina e Depakine.

    Grandes personalidades com epilepsia:
     - Fiódor Dostoievski (escritor russo);
     - Alexandre o Grande (rei macedónico);
     - Alfred Nobel (inventor da dinamite e do prémio Nobel);
     - Napoleão Bonaparte (imperador francês).

    “Sim, eu tenho a doença das quedas, a qual não é vergonha para ninguém. E a doença das quedas não impede a vida.” – Fiódor Dostoievski

    Esquizofrenia

    A esquizofrenia é um transtorno psíquico severo que se caracteriza pelos seguintes sintomas: alterações do pensamento, alucinações, delírios e alterações no contacto com a realidade. É hoje encarada não como uma doença, mas como um transtorno mental, podendo atingir diversos tipos de pessoas.
    Atinge 1% da população mundial, manifestando-se mais frequentemente entre os 15 e os 25 anos, nas mulheres e nos homens, podendo ocorrer de igual forma na infância ou na meia-idade.
    Tipos de esquizofrenia
    O diagnóstico da esquizofrenia é por vezes difícil, não pode ser efectuado através da análise de parâmetros fisiológicos ou bioquímicos e resulta apenas da observação clínica das manifestações do transtorno ao longo do tempo. Para além do diagnóstico, é importante que se identifique o subtipo de esquizofrenia em que o paciente se encontra.
    Existem cinco subtipos:
    Paranóide- Estes doentes são desconfiados, reservados e podem ter comportamentos agressivos.
    Desorganizado- São predominantes os sintomas afectivos e as alterações do pensamento. As ideias delirantes do doente, embora presentes, não são organizadas.
    Catatónico-  É caracterizada por sintomas motores e alterações da actividade, que podem ir desde um estado de cansaço até à excitação.
    Indiferenciado- Estes doentes apresentam uma certa apatia e indiferença relativamente ao mundo exterior.
    Hebefrênica- Devia ser somente diagnosticada em adolescentes e adultos jovens. Estes doentes apresentam risos desmotivados, expressões bizarras, condutas incongruentes, afastamento social e descuido com a aparência.
    Sintomas
    Os sintomas desta doença podem não ser os mesmos de indivíduo para indivíduo, podendo aparecer de forma gradual ou, pelo contrário, manifestar-se de forma explosiva e instantânea. Podem ser divididos em duas categorias: sintomas positivos e negativos.
    Sintomas positivos: Estes sintomas estão presentes com maior visibilidade na fase aguda do transtorno. Entende-se como sintomas positivos os delírios, as alucinações, impulsos, agressividade, pensamento e discurso desorganizado.
    Sintomas negativos: São o resultado da perda ou diminuição das capacidades mentais, como a falta de vontade ou de iniciativa, isolamento social, apatia, pobreza do pensamento e indiferença emocional.
    Causas
    Não existe uma única causa para o desencadear deste transtorno. O quadro psicológico (consciente e inconsciente), o ambiente, histórico familiar da doença e de outros transtornos mentais e mais recentemente tem-se admitido a possibilidade do uso de substâncias são as causas que contribuiriam para o aparecimento desta doença. Existem várias teorias para explicar estas causas.
    Teoria genética- Admite que os genes juntamente com os factores ambientais podem estar envolvidos no desencadear deste transtorno. A probabilidade de um indivíduo vir a sofrer de esquizofrenia aumenta se houver um caso desta doença na família. No entanto, a causalidade genética ainda não foi provada.
    Teoria neurobiológica- Esta doença é causada por alterações bioquímicas e estruturais do cérebro. Esta teoria foi provada pelo facto de a maioria dos fármacos utilizados no tratamento desta doença actuarem através do bloqueio dos receptores da dopamina. Dopamina- É um neurotransmissor e tem como função estimular o sistema nervoso central.
    Teoria psicanalítica- Esta teoria tem como base a teoria de Freud da psicanálise, e remete para a fase oral do desenvolvimento psicológico. Esta fase ocorre deste o nascimento até aos 12/18 meses e há a ausência de uma relação inicial entre mãe e filho. Essa relação conduziria a personalidades “frias” ou indiferentes no estabelecimento das relações. A ausência desta relação inicial satisfatória estaria na origem desta doença.
    Teorias familiar- Umas baseiam-se no tipo de comunicação entre os vários elementos da família e outras aparecem mais ligadas a estruturas familiares. Surge nesta teoria uma mãe possessiva, dominadora com o seu filho, como gerador de personalidades esquizofrénicas. Estudos mais tardes vieram depois a negar esta hipótese.
    Apesar de existirem todas estas teorias para a explicação da origem desta doença, nenhuma delas individualmente consegue dar uma resposta satisfatória.
    Tratamento
    Existem vários procedimentos indicados para estes doentes como o acompanhamento médico, a psicoterapia e a psicoeducação. Apesar de não se conhecer a cura, o seu tratamento pode ajudar a tratar os sintomas e a permitir que os doentes possam viver as suas vidas de forma satisfatória e produtiva. É vital o reconhecimento precoce dos sinais da esquizofrenia para que se possa procurar uma ajuda rápida, uma vez que o melhor período para o tratamento da esquizofrenia é com aparecimento dos primeiros sintomas.
    Cuidados a ter
    É útil que o doente tenha conhecimentos sobre os sintomas e possíveis sofrimentos ao longo da vida. Sendo por isso vantajoso que estes doentes sigam alguns cuidados, nomeadamente:
    1. Evitar o stress;
    2. Se achar que a medicação não está a ajudar ou sentir efeitos não desejáveis deve avisar o seu médico psiquiatra;
    3. Fazer psicoterapia e ter consultas regulares com seu psicólogo;
    4. Procurar ter horas para dormir, comer, trabalhar - ou seja, criar rotinas;
    5. Permanecer em contacto com as outras pessoas, não buscar o isolamento;
    6. Praticar desporto pelo menos uma vez por semana.
    Problemas
    Os problemas que geralmente ocorrem na família do esquizofrénico são os seguintes:
    Medo… "Ele poderá fazer mal a si ou às outras pessoas?"
    Negação da gravidade… "Isso daqui a pouco passa", "Não tens nada a ver com aquele tipo da televisão"
    Incapacidade de falar ou pensar em outra coisa que não seja a doença… "Toda a nossa vida gira em torno do nosso filho doente"
    Isolamento social… "As pessoas até nos procuram, mas não temos como fazer os programas que nos propõem"
    Constante busca de explicações… "Ele está assim por algo que fizemos?"
    Depressão… "Não consigo falar da doença do meu filho sem chorar."


    sábado, 6 de novembro de 2010

    História à volta do nome

    Terça-feira, 28 Setembro 2010

    Como recentemente notámos (porque até não é uma daquelas coisas que salta à vista nem nada), precisávamos de um meio para divulgar o nosso trabalho. Nada melhor do que criar este mesmo blog, onde divulgaremos tudo aquilo que fizermos (como se não fôsse óbvio). Um ponto já está resolvido. Falta outro.
    Desde o dia 24 que temos deixado uma importante missão em standby. O tempo suficiente para que o nosso espírito maternal conseguisse arranjar inspiração para o nome do nosso pequenino.
    O projecto, finalmente acordado e levantado do berço onde dormia, foi oficialmente baptizado e dará os primeiros passos com o nome de REALIDADE.
    Porque é que uma criaturinha devia carregar este nome? Pelo seu significado. Aquilo que principalmente define a doença mental é o afastamento da realidade, a percepção das coisas de uma maneira completamente diferente. É criado um novo real.
    Estamos tão contentes com o nome! E sabemos que o projecto também está (ainda não o ouvimos queixar-se, por isso presumimos que sim).
    Ora estavamos nós experimentando chamá-lo pelo nome, para experimentá-lo nas nossas palavras, continuando o cartão de visita, quando a Sara teve a brilhante ideia de lhe dar um nome do meio. Mais por um erro do que por outra coisa (porque a Sara é aquele querido génio acidental - mas um génio, independentemente de tudo), conseguimos fazer algo bastante criativo (modéstia à parte).
    Portanto, o nome completo do nosso petiz:

               REALIDADE
                    um mundo à parte

    (Ou um aparte sobre a realidade do mundo.)

    sexta-feira, 5 de novembro de 2010

    Formalidades

    Sexta-feira, 24 Setembro 2010

    Não há muito a relatar. Continuamos muito formais.
    Meus caros, não vale a pena começar a pensar em fatos de gala e floreados pomposos, não é bem isso. É bem mais a onda de estar à frente de um computador a queimar os fusíveis sob o olhar atento da professora. Porque há certas e determinadas coisas que têm que ser feitas.
    E o que tem de ser feito tem muita força! Pode é não ter muita produção...
    Tal como um cartaz, por mero exemplo. E um cartão-de-visita.
    Isso mesmo, essa tal parte formal que vai consumindo o nosso tempo. Uma vez que ainda precisamos de recolher informação e de ficar mais "adentradas" no assunto, decidimos deixar o cartaz para mais tarde.
    Agora é fácil, puxamos pela cabeça para criar um cartão-de-visita (Pela cabeça e pelas bochechas da Ana, que apenas cometeu o pecado de sentar no meio de duas desnorteadas. O que é que estas agressões têm a ver com isto é difícil de perceber, mas lá que perturbaram uma linha de raciocínio - inexistente ou não, não interessa - perturbaram!)
    Como estava a dizer, começámos a criar um cartão-de-visita. Se alguém se questionar a cerca do que é esta engenhoca, basta dizer que dá muito jeito. Facilita muito quando nos dirigirmos a uma associação, entidade, ou outros afins, para deixar contacto ou as apresentações feitas: num gesto seguro e descontraído, basta tirar do bolso um pequeno papel, e com um meio sorriso explicar "Projecto. Área de Projecto". É muito estilo! (Só é pena não ter o sotaque inglês...)
    Ah... mas nesta altura já deviamos saber que uma formalidade nunca vem só. O cartão, se bem que já magnificamente armadilhado com telefones, mails e direcções, não terá grande futuro enquanto não tiver lá o nome do projecto nem o logótipo.
    Concluindo, temos mesmo que meter mãos à obra e despachar-nos com isto.

    Bons ventos nos levem!

    Terça-feira, 21 Setembro 2010

    Já devem ter visto muitas vezes fotos ou cenas cinematográficas em que está alguém sozinho à beira duma estrada sem fim, no meio de um deserto. Onde não se vê vivalma no horizonte, a não ser o ocasional arbusto ressequido que passa por nós rolando no pó. E devem lembrar-se da silhueta dessa pessoa, na margem do caminho, erguendo um polegar para tentar apanhar boleia de uma qualquer viatura que há-de vir a caminho lá dos confins da Terra.
    Isso mesmo, a imagem do viajante errante.
    Analogias à parte, sentimo-nos a viver um pouco nessa paisagem.
    Não estejamos irremediavelmente estagnadas ou à espera de uma boleia qualquer que faça as coisas por nós (Não, não somos dessas. Não há nada melhor que trabalhar afincadamente no duro, sujar as mãos e estafar a mente. Vá lá, por quem nos tomam?). Enfim, não é bem isso. Mas precisamos de uns "ventos inspiradores".
    Chega-se sempre a uma altura em que não vale a pena adiar mais e o trabalho tem de ser apresentado. Esta aula tivemos que atender ao aspecto formal da coisa. Pesquisámos sobre mais associações com as quais nos fosse possível trabalhar: para além da Cerci e do hospital, arranjamos o contacto da APPACDM (Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental), e enviámos um mail a pedir a sua colaboração. Aguardamos agora uma resposta. Portanto resta-nos esperar.
    O que acontece quando alguém está parado à espera de algo, é que irá ser interpelado por um monte de coisas das quais ainda não se tinha apercebido. E, só neste momento, arrebatadas pelo peso sufocante da realidade, nos damos conta que nos faltam as bases. Precisamos de um mail próprio, de um meio para divulgá-lo... e talvez, hipoteticamente falando, de um NOME (ser-nos-á difícil trabalhar sem isso).
    Um mail foi já criado, por isso, se alguém nos quiser contactar aqui fica: dm.areaprojecto@gmail.com. Até aqui tudo bem.
    Mas isto não altera o facto de o nosso (querido) recém-nascido projectozinho continuar a carecer de um nome próprio. Que criadoras desnaturadas que somos! Deixá-lo sem identidade! (Que ilegalidade, uma completa afronta aos Direitos Humanos... Não que o trabalho seja completamente humano, mas não se faz!)
    Depois de alguma discussão, parte fundamental da escolha, e alguns narizes torcidos, ficámos reduzidas a quatro hipóteses:
     1. "Uma sombra na sociedade"
     2. "Uma sombra como nós"
     3. "Um pouco mais de..."
     4. "Do outro lado do espelho"

    Hmm. O problema que se coloca é que nenhum deles é... aquele. Esperamos um pouco mais... E a última coisa que queremos é que no futuro (sim, porque ele tem futuro) o nosso trabalho se revolte pelo nome horrível que escolhemos e não nos perdoe por isso. Contudo, enquanto ainda não tivermos este ponto continuamos aqui, à beira da estrada, a ver passar arbustos.
    Só precisamos de um vento, uma brisa, um sopro inspirador para nos levar ao bom caminho!

    terça-feira, 2 de novembro de 2010

    Trantorno Maníaco-Depressivo

    Distúrbios maníaco-depressivos ou transtorno bipolar é uma forma de transtorno de humor caracterizado pela variação extrema do humor entre uma fase maníaca ou hipomaníaca, hiperactividade e grande imaginação, e uma fase de depressão, inibição, lentidão para realizar ideias, e ansiedade ou tristeza.
    É uma doença principalmente caracterizada por episódios repetidos ou alternados de mania e depressão.
    Um indivíduo que possua deste distúrbio está sujeita constantemente a episódios de extrema alegria, euforia e humor muito elevado, e também a episódios de humor muito baixo e desespero completo. Contudo, entre estes episódios é comum que passe por períodos de normalidade.
    Deve-se ter em conta que este distúrbio não consiste apenas em meros altos e baixos, uma vez que altos e baixos são normais em qualquer pessoa sem que constituam um distúrbio. As mudanças de humor do distúrbio bipolar são mais extremas que aquelas que todos nós experimentamos.
    Um indivíduo portador de bipolaridade ou transtorno bipolar pode chegar ao extremo da depressão e de seguida cometer suicídio, ou ao extremo da euforia de tentar escrever um livro num só dia, por exemplo.

    Como identificar os Distúrbios maníaco-depressivos?
    Por exemplo, o entusiasmo para comer uma pizza num sábado à noite, juntamente com discussões com amigos podem ser fortes indícios. Estes sinais não estão ligados a factores externos. Uma pessoa com este tipo de transtorno passa de “8 a 80” em emoções e humores com facilidade, experimentando desânimo, tristeza, ansiedade, falta de sono, prazer, euforia, agitação, agressividade, impulsividade e distracções, entre outros sintomas.
    O bipolar quase nunca percebe quando está hiperagitado. Quando perceber, é normal que se recuse a aceitar o facto. Nem sempre os sintomas maníacos ou depressivos são bem claros, até quem convive com um bipolar tem dificuldades em distinguir uma aflição comum de uma depressão, ou uma alegria de uma euforia.
    Esta doença é de difícil diagnóstico, mesmo para profissionais de saúde que acompanhem há um longo tempo o paciente. Após o diagnóstico positivo do transtorno vem a fase seguinte, e a mais difícil para o portador do transtorno: saber se o doente está ou não em surto.

    Tratamento
    O distúrbio bipolar é uma patologia que acomete cerca de 1,6% da população hoje em dia e já é tratável. As alarmantes trocas de humor podem ser controladas por medicamentos já conhecidos. O tratamento com carbonato de lítio é o mais antigo e ainda em uso, contudo já há significativos progressos no estudo de novos tratamentos com novas medicações introduzidas na medicina nos últimos tempos.
    O tratamento moderno de transtorno bipolar é feito com uso contínuo de olanzapina ou quetiapina, em vez de lítio. Hoje há remédios de última geração que controlam com sucesso qualquer alteração de humor para os dois pólos da doença.
    Com o uso de medicamentos adequados e de apoio psicológico, é perfeitamente possível atravessar períodos indefinidamente longos de saúde e ter vida plena.
    O tratamento exige acompanhamento profissional, o uso fiel dos medicamentos adequados e o comprometimento do paciente em procurar para si uma vida melhor. O apoio e a compreensão da família e amigos chegados são de grande valia ao doente.

    Grandes personalidades com transtorno maníaco-depressivo:
    Winston Churchill (primeiro ministro inglês)
    Ernest Hemingway (prémio Nobel da literatura)
    Kurt Cobain (vocalista dos Nirvana nos anos 90)

    terça-feira, 26 de outubro de 2010

    EUREKA (ou a Descoberta da Densidade) - parte II

    Sexta-feira, 17 Setembro 2010

    Se quiseres responder a uma pergunta basta procurar a resposta. Ou seja, armadas de uma lupa de mão e de uma infalível lógica bem ao estilo de Sherlock Holmes, andámos à cata da "densidade" do projecto (bem, talvez não exactamente desta maneira, mas o sentido está aqui implícito).

    (14:40 h)

    Decidimos tomar conhecimento dos recursos que temos na nossa cidade.
    Pode ter sido uma decisão semi-repentina, tomada de manhã, durante a aula, mas ao que nos quer parecer, trabalhamos melhor se estivermos entusiasmadas, mesmo sem grandes planos elaborados (dêem-nos um bocado de cafeína e podem começar a contratar-nos para fazer umas quantas missões impossíveis).
    Fomos ao Hospital do Patrocínio, saber se é possivel ter contacto com a ala de Psiquiatria. Não sabiamos o que esperar, nem sequer se a nossa presença seria permitida. Mas perguntámos e surpreendentemente, era mesmo. É extremamente fácil; no 4º andar pedir para falar com alguém.
    Subimos (deixando umas velhotas indignadas na entrada por lhe passarmos à frente no atendimento - o que se há-de fazer? Assim vai o sistema de saúde em Portugal), e depressa entrámos na ala psiquiátrica.
    Levaram-nos prontamente à presença do enfermeiro-chefe, João Galego. A rotina para ele não é nova. Disse-nos que, para um trabalho de 12º ano, apenas precisamos de combinar com ele uma visita, telefonando para o hospital.
    Não sabemos se nos deixarão estar em contacto com os doentes, mas irão pelo menos mostrar-nos a ala e informar-nos do que é, realmente, a doença mental e que tipo de pessoas são ali tratadas.
    Sabemos agora que já contamos com a ajuda do hospital. Está a correr melhor do que pensávamos.

    Ao sair vimos uma senhora no corredor. Andava lentamente na nossa direcção, arrastando os pés. Tudo nela tinha um ar aéreo e parecia olhar para nós (ou para algo no nosso interior que não conseguimos ver).
    A sala onde ela entrou era como qualquer outra sala no hospital, com sofás pretos e luz amarelada a derramar-se nas paredes. Era simplesmente mais silenciosa e não pairava o habitual ar doentio.

    Porém, ou somos muito exigentes, ou nunca nos contentamos com pouco (o que vai dar tudo ao mesmo, como é óbvio. Nesta altura do campeonato já deviam ter percebido que somos impulsivas).
    Queremos ter ainda mais feedback do que apenas o do hospital. Numa súbita inspiração (isto não costuma acontecer todos os dias; andamos a surpreender-nos a nós mesmas) decidimos tentar também a Cerci.
    Fica um pouco mais longe da cidade, mas parece-nos que um lugar no meio do campo, ao ar livre, será um sítio melhor para os doentes do que entre quatro paredes de betão.
    Uma vez lá e com boleia da mãe da Sara (porque à que contar todos os pormenores), tentamos informar-nos com alguém responsável. Infelizmente, ninguém nos pôde dizer se poderíamos alargar o nosso projecto até ali ou não. Ficamos com o contacto e com a promessa de voltar.
    Embora ainda tenhamos que voltar a incidir neste assunto, temos também que dar o braço a torcer (não com muita força, por favor, nunca fomos adeptas da violência), pois o que conseguimos cumprir num dia foi bem melhor e mais proveitoso do que tínhamos imaginado.
    Agora basta desejar que a sorte esteja do nosso lado. E a esperança é a última a morrer.






    Depressão

    A depressão ou transtorno depressivo maior é um problema médico caracterizado por diversos sintomas, tais como, humor persistentemente em baixo, tristeza, angústia e redução na capacidade sentir satisfação e prazer. A depressão diferencia-se do comportamento melancólico, ou seja, depressão não é tristeza. É uma doença que tem tratamento. Esta doença é considerada em várias partes do mundo como uma das doenças com a taxa de mortalidade mais alta.
    Acredita-se que a genética, alimentação, stress, estilo de vida, separação de pais, drogas, problemas na escola e outros factores estão relacionados com o agravamento desta doença.
    Estima-se que cerca de 15% a 20% da população mundial já sofreu de depressão. Esta doença é mais frequente em mulheres do que em homens, com idade entre 24 e 55 anos. A depressão também ocorre em crianças e adolescentes, muitas vezes devido à separação dos pais, rejeição, problemas na escola e principalmente Bullying.
    Os sintomas essenciais para o diagnóstico desta doença são, o humor rebaixado (tristeza, angústia) e a diminuição do interesse e prazer em actividades que sempre tiveram prazer para o indivíduo. Existem outros sintomas que podem afectar o paciente como a ansiedade, afastamento de amigos ou pessoas, cansaço e perda de energia, vontade de chorar, problemas de auto-confiança e auto-estima, dificuldade de concentração, sentimentos de culpa, alterações no sono, entre outros.
    É frequente, associar depressão como um estado de humor que o indivíduo consegue curar sozinho.
    Existem seis tipos de depressão:
    1.Depressão maior
    2.Depressão crónica
    3.Depressão atípica
    4.Depressão pós-parto
    5.Distúrbio afectivo sazonal
    6.Tensão pré-menstrual
    No nosso trabalhos vamo-nos centrar na Depressão maior. Os pacientes com este tipo de depressão apresentam pelo menos cinco dos sintomas listados a seguir:
    1.       Desânimo na maioria dos dias e na maior parte do dia.
    2.       Falta de prazer nas actividades diárias.
    3.       Perda de apetite e diminuição do peso.
    4.       Fadiga constante.
    5.       Sentimento de culpa constante.
    6.       Dificuldade de concentração
    7.       Distúrbios do sono.
    8.       Sensação de agitação
    9.       Ideias recorrentes de suicídio ou morte
    Os sintomas citados anteriormente não deve estar associados a episódios maníacos, como no transtorno bipolar. Não devem ser causados por drogas, álcool ou qualquer outro tipo de substância e devem ser diferenciados de sentimentos comuns de tristeza. Normalmente, este episódios de depressão dura cerca de vinte semanas.
    Causas da depressão
    A depressão é associada a um desequilíbrio em certas substâncias químicas no cérebro.
    Existem vários factores:
    Factores Psico-sociais: Acontecimentos traumáticos, como a perda súbita de alguém muito próximo, ou eventos naturais como enchentes, podem causar uma depressão imediata, sendo assim necessário um longo período de recuperação. Alguns factores genéticos podem explicar a vulnerabilidade de certas pessoas, a existência ou ausência de uma forte relação social ou familiar também influenciam na recuperação.
    Factores Biológicos: Alterações nos níveis de neurotransmissores , atrofiamentos em certas áreas do cérebro são a causa de muitos distúrbios depressivos.
    Factores Físicos: Em algumas depressões podem ser encontradas causas físicas. Há algum tempo que se sabe que muitos dos nossos traumatismos e acidentes físicos ficam marcados no nosso corpo em conjunto com emoções que sofremos no acidente.
    Outros factores: Medicamentos como betabloqueadores, corticosteróides, analgésicos, podem causar depressão, bem como a retirada de qualquer medicação utilizada a longo prazo.
    Tratamento
    A maioria das pessoas que possuem um quadro clínico depressivo não conhece ou nem procura ajuda médica especializada. O tratamento geralmente envolve uma medicação anti-depressiva receitada pelo menos doze meses para evitar recaídas e algumas vezes acompanhada de psicoterapia. Caso a medicação não faça efeito recorre-se a outros métodos como a eletroconvulsoterapia, estimulação magnética transcraniana e suplementos alimentares. Sabe-se também que praticar exercício regularmente e participar de actividades desportivas e sócias pode ajudar o indivíduo a superar os sintomas da depressão.