terça-feira, 29 de março de 2011

Mundos Paralelos

Há um lugar que há pouco tempo visitámos. Um lugar estranho, mas não tão mau assim. De facto, gostaríamos de vos fazer chegar este tal sítio, já que muitos de vós (esperemos) nunca irão conhecê-lo.
Abram então a janela da imaginação e deixem-nos guiá-los.

Ao chegar, serão recebidos por duas grandes portas de madeira. Não tenham medo, nenhuma porta foi feita para estar fechada, mas sim para ser aberta. Entrem.
À vossa frente projecta-se um longo corredor salpicado aqui e ali por imagens de belas paisagens à beira-mar e de orlas tranquilizantes de florestas. Se virarem à direita, encontrarão uma ampla sala de convívio onde a luz que entra pela janela se derrama nas paredes, deixando um rasto amarelo de calor. Vários sofás pretos agrupam-se à roda de um televisor e, a um canto da sala, algumas cadeiras convidam à leitura dos livros que estão colocados na estante, debruçada sobre a mesa. Para lá das janelas, antevê-se uma pequena varanda, onde alguém fuma, estendendo o olhar sobre os telhados gastos da cidade.
Deixando para trás a sala, ao longo do corredor passamos por outras nove portas, cada uma delas a entrada para um quarto. Ao fundo, um refeitório iluminado, onde a única coisa que parece faltar são as habituais conversas intercaladas.
Se nos seguirem ainda até outra divisão, desta vez fora das grandes portas que há pouco atravessámos, verão aquilo que vos fará lembrar uma grande sala de artes, com quadros inacabados e novas ideias à espera de serem tecidas pelas mãos da criatividade.

Agora que a nossa breve visita acabou e que as apresentações ficaram feitas, perguntamos-vos: Parece um lugar assim tão mau, depois de o conhecerem? Que aura ameaçadora poderá ter este espaço que se assemelha quase a uma pequena pousada? Porque receiam tanto ouvi-lo mencionar quando não há nada de diferente nele?...
Nada de diferente, enfim… Por agora vamos ignorar que se passeiam pelos corredores vários enfermeiros com as suas batas brancas. Vamos ignorar também que dois dos quartos são quartos de isolamento por um bom motivo. E já agora vamos esquecer que as pessoas que aqui se encontram não estão “exactamente” bem…

Até porque, estranhamente, ignorar e esquecer que este local e estas pessoas existem é aquilo que muitos de nós tentam fazer. Não lhes dirigem sequer um pensamento. E porque haveriam? Tudo isto é uma realidade tão distante, um mundo tão completamente à parte, que não vale a pena ser lembrado…

Precisamente, sabíamos que já lá tinham chegado. O “local” que o nosso grupo visitou não é mais nem menos do que a ala psiquiátrica de Hospital do Patrocínio. O manicómio, o andar dos malucos, como é vulgarmente conhecido.
Já vos descrevemos uma parte da visita… mas esperem, oiçam-nos, que ainda mal começámos! Vimos muito mais coisas. E sim, vimos “malucos”, “tarados” e pessoas com “parafusos a menos”.
E vimos as expressões delas: a apatia, a tristeza; um olhar perdido e um olhar alegre. Vimos nas suas expressões aquilo que elas são: pessoas. Pessoas como nós. Pessoas que já foram como nós e pessoas como as quais poderemos vir a ser.

Dito isto, será a “loucura” uma realidade assim tão distante?
É isso que queremos descobrir e é isso que queremos levá-los a descobrir.
Guiadas pelo Enf. João Galego, quem nos proporcionou a visita e muito nos ajudou no desenvolvimento do projecto, a nossa tarefa está mais facilitada. Mas está na altura de transmitir “a mensagem”.

“Quem são, afinal, as pessoas com doenças mentais?”
É fácil, são muitas vezes pessoas como qualquer outra, que passam despercebidas na multidão. Qualquer um de nós o pode vir a ser ao longo da sua vida. Estas são doenças que afectam um quarto da população; uma em cada quatro pessoas. Um número deveras impressionante, certo? Mas mais impressionante ainda é o estigma, o preconceito, do qual estas doenças são alvo embora sejam tão comuns.

“E dentro destas, quais são então as doenças mais frequentes?”
No hospital, os casos mais comuns são as depressões e psicoses. São aquelas que têm efeitos mais notórios, mas é também importante reter que muitas das pessoas que sofrem disto conseguem levar uma vida normalizada. Quando as pessoas são internadas é porque a doença atingiu um extremo, o individuo passou a representar um perigo para si mesmo e para os outros.

“Quando isso acontece, a pessoa fica internada muito tempo?”
Não, normalmente um doente fica internado no hospital no máximo durante duas semanas. É muito importante que nestes casos não se perca o contacto com a realidade, com o mundo e com a sociedade. Aqui tenta-se que o doente esteja o mais integrado possível, como se pode ver. São pessoas que se comportam e falam como qualquer outra, reúnem-se na sala de convívio, comem juntas, fazem actividades no espaço de terapia ocupacional (na salinha de artes com quadros inacabados). Houve apenas uma má situação que as trouxe até aqui.

“Contudo existem dois quartos de isolamento. Em que situações são usados?”
Usam-se quando é necessário “vigiar” uma pessoa, quando precisamos de lhe dar mais atenção. São usados em situações mais graves, em que o doente representa um perigo; quando tenta o suicídio ou não é capaz de controlar os delírios.
Ainda assim, acabam por melhorar e tenta-se que permaneçam lá o menor tempo possível.

“Como é que uma pessoa chega este estado? Que tipo de más situações é que as trazem até aqui?”
Que situações?... Enfim, a vida. Tudo o que vai acontecendo. Ainda não se compreende bem a doença mental; ninguém é capaz de dar uma definição exacta e muito menos saber o que a despoleta. Sabe-se apenas que o meio circundante é fundamental. Quanto pior é o meio envolvente, pior é o estado da pessoa.
Se alguém perdeu o emprego, está constantemente pressionado, tem problemas no seu dia-a-dia e com a sua família, não se sente bem mentalmente. E este mal-estar por ir-se agravando até originar um colapso.

“Tenta-se que estas pessoas continuem integradas na sociedade, mas isso não é fácil?”
Bem… vamos a ver; uma doença mental é uma doença crónica. Pode ser normalizada através de medicamentos e tratamentos, mas não desaparece. Acontece que, muitas vezes, a pessoa não se sente capaz de enfrentar o mundo e, principalmente, que o mundo não é capaz de lidar com estas pessoas.
É difícil para um doente mental arranjar emprego e, portanto, é difícil integrar-se e levar uma vida “normal”, numa espécie de ciclo vicioso. O maior problema surge mesmo nos outros e nas suas reacções; o preconceito é demasiado forte.

“Esse preconceito surge também na família? O apoio desta é importante, costuma fazer-se sentir?”
... O apoio da família é muito importante; aliás, é importante o apoio de toda gente. Mas o doente costuma ter uma percepção distorcida da realidade, o problema que se faz sentir é constante. Um contacto permanente com isto é desgastante; atinge-se um ponto em que (mesmo que não exista preconceito) a família se sente cansada, já não é capaz de tomar conta da pessoa. O apoio não se faz sentir tanto como seria desejável, mas não podemos culpar só a família. A responsabilidade é da sociedade em geral e esta não está preparada para lidar com a doença mental.

O mais importante é, no final de contas, perceber que um doente mental não é um “maluco”, um mero “doido varrido”; é uma pessoa, um ser humano como todos nós.
Há que ter o bom senso de perceber que a doença mental não se resume a delírios e pensamentos sem nexo. É uma condição na qual as pessoas sofrem e precisam da nossa ajuda. Uma condição pela qual muitos de nós poderiam (e vão) passar.
O ideal a ser alcançado é a desmistificação do estigma, o desmanchar o preconceito. Estas doenças geralmente não representam qualquer perigo a não ser para o próprio indivíduo, não são contagiosas: porquê então fugir, ignorar, menosprezar, quando devíamos estender a nossa mão? De que temos medo?
Não existem duas realidades distintas. Não há um mundo para pessoas normais e outro mundo para quem não o aparenta ser. Tudo é a mesma coisa, e há apenas uma maneira de tornar a realidade melhor. Entre o preto e o branco existem muitos tons de cinzento.
A sociedade tem de tomar consciência deste problema e aprender a aceitar a doença mental. Aprender a aceitá-la para aprender a ajudar quem sofre dela.
A sociedade tem de mudar. E para mudar a sociedade cada um de nós tem de aprender a ver o mundo com novos olhos.

Sexta-feira, 25 Março 2011

... 1...
É a contagem final. O início do fim.
Outra vez... e apenas por agora.
Só temos mais uma aula para acabar e organizar todo o trabalho que viemos a realizar ao longo do segundo período. Estamos então na habitual corrida contra o tempo, nosso rival de longa data.
Mas desta vez, desta vez vamos ganhar! Sabemos que sim. Pusemos os diários de bordo em dia, actualizámos o dossier e começámos a redigir a nossa "reportagem", tendo por base a visita do Hospital do Patrocínio.
No meio disto tudo, tivemos ainda tempo de pesquisar e desenvolver novas ideias para o próximo período.
Aproximamo-nos da meta. Cada novo passo coloca-nos mais perto da vitória. Uma vitória pequenina, esta de simplesmente organizar o projecto, mas, ainda assim, uma boa vitória.

sexta-feira, 25 de março de 2011

terça-feira, 22 de março de 2011

6ª feira, 18 Março 2011 e 3ª feira, 22 Março 2011

3... 2...
Estamos de novo em contagem decrescente. O dia da entrega dos nossos trabalhos, no 2º período, aproxima-se a passos largos e ameaçadores. Por isso, pernas para que te quero!
Demos corda às mãos e estivemos, estas duas aulas a escrever diários de bordo e a actualizar o blog. Aquelas tarefas que todos adoramos, sobretudo se estivermos sob pressão.
Felizmente, tivemos uma grande colaboração por parte da nossa "miúda" entrevistada, que respondeu prontamente às perguntas que lhe enviámos. Uma ajuda preciosa, presente agora no nosso blog (portanto vão ler, vale a pena), que merece os nossos mais sinceros agradecimentos.

Entrevista a um epiléptico

Caros leitores, aqui vos deixamos uma entrevista a uma rapariga que sofre de epilepsia. Esta entrevista foi realizada para termos uma visão mais pessoal deste tipo de doença.
  

1- Quando é que te foi detectada a epilepsia? E como?
A epilepsia foi me detectada aos 8 anos, descobriram porque nas aulas eu ficava a dormir completamente e tinha paragens cerebrais, então os meus pais levaram-me ao médico em Lisboa e fizeram-me vários exames ao cérebro, e o médico disse que de facto se tratava de epilepsia.

2- Tinhas alguma noção do que era essa doença?
Ao principio da doença não tinha bem essa noção mas depois com o passar do tempo fui me apercebendo.

3- Como reagiste perante a situação? E como reagiram os teus pais?
No princípio eu não tive reacção, ainda não sabia bem o que era, mas quando me apercebi do que tinha e o porquê de ir tantas vezes ao hospital ai eu nem sabia o que sentir, custou muito a habituar-me e mesmo assim às vezes ainda me farto de ter esta doença. Os meus pais ficaram muitos preocupados porque o médico custou a encontrar um medicamento que acabasse com as crises e com as paragens cerebrais, e por cada paragem eram células que morriam e eu poderiam ficar deficiente ou ate mesmo morrer.

4- Tomas algum tipo de medicação? É eficaz?
Sim eu tomo 3,5 comprimidos por dia e nenhum comprimido é eficaz a 100%. Eu mesmo a tomar estes comprimidos às vezes ainda tenho paragens.

5- Que cuidados tens que ter no dia-a-dia?
Os cuidados não são muitos, eu não me posso enervar e se tiver muito cansada e ainda por cima estiver ao sol faz-me muito mal.

6- O que é que mudou na tua vida?
Na minha vida não mudou nada, a não ser habituar-me a rotina de tomar os comprimidos.

7- Como é que achas que as outras pessoas reagem à epilepsia?
As reacções dependem de pessoa para pessoa, já tiveram vários tipos. Uns ajudavam-me imenso, outros entravam em pânico e não me conseguiam ajudar, e também gozaram comigo por eu ter esta doença. Isto é o que mais me custa, é as pessoas gozarem.

8- Há alguma informação que achas que nos pode ser útil e gostasses de acrescentar?
Existem vários tipos de ataques. Os epilépticos quando tem ataques podem:
-enrolar a língua;
-espasmos;
-convulsões;
-espernear;
- morderem-se;
- ganhar muita força e magoarem-se;
Por exemplo no último ataque que eu tive mordi-me e foi preciso que cinco amigos me segurassem. Parece mentira mas é verdade.

Terça-feira, 15 Março 2011

Hoje, estivemos a actualizar os diários de bordo e a editar gráficos com os resultados dos inquéritos - o que levou a uma acesa discussão acerca de cores; levando-nos à descoberta que sobre (maus) gostos não se discute (o que,  segundo a Rita, é uma afirmação ainda descutível). Enfim, deixando a filosofia cromática de parte, que agora não interessa, tudo está bem e tudo vai bem no nosso projecto.
Mandámos também, através do facebook, uma entrevista a uma rapariga que sofre de epilepsia, para termos uma visão mais pessoal deste tipo de doença. Aguardamos agora por uma resposta, mas temos que esperar até à próxima aula...

sexta-feira, 18 de março de 2011

Sexta-feira, 11 Março

Estamos de novo a desenlear o nosso novelo. A pouco e pouco, os fios vão-se juntando até criar o padrão pretendido.
Os diários de bordo estão a sair quentinhos da impressora (ou do caderno), os inquéritos foram todos contados (ainda falta uma turma, mas, provavelmente, não poderemos contar com ela) e prontos para serem incorporados em gloriosos gráficos.
Decidimos também inserir o Power-Point que fizemos para apresentar a turma no nosso blog. Mas primeiro, temos de o transformar em vídeo e para isso criámos uma conta no youtube - dmrealidade. Agora sim, o nosso projecto vai ser famoso! (Ou pelo menos, é isso que esperamos).

Quarta-feira, 9 Março 2011

Quarta-feira, nove e meia da manhã, férias de Carnaval, nós em trabalho.
Mas neste dia ninguém leva a mal e além disso estávamos à espera disto desde o início do ano.
Finalmente fizemos uma visita guiada com o enfermeiro-chefe à ala psiquiátrica do Hospital do patrocínio.
Agora só falta escrever a "reportagem" acerca do assunto e conseguir usar as informações que o senhor nos deu da melhor forma.

Sexta-feira, 4 Março 2011

Temos muitas coisas em atraso. Não é novidade. Por isso mesmo, é disto que precisamos: de partir para novas tarefas! Mas primeiro há que apertar os cordelinhos soltos que ficaram pelo caminho.
Vamos começar por dizer que estamos completamente enleadas nos diários de bordo. Literalmente, o caderno da Ana é uma espiral de folhas soltas e ideias direitas sobre linhas tortas. Logicamente, começámos a organizar as gavetas e, de certa maneira, a actualizar o que fizemos no passado.
Contudo, o passado é história e há que saber organizar o que há-de vir. Fomos "rejeitadas" de todas as vezes que fomos ao hospital? Pois não seremos mais! Com as férias de Carnaval, esperamos encontrar o enfermeiro-chefe disponível numa das manhãs e portanto telefonámos, tentando "marcar" o dia. Finalmente, sucesso!

Terça-feira, 1 Março 2011

Inquéritos. Folhetos.
Dizemos isto no início para não os esquecermos e para despacharmos já isto. Mas como poderíamos esquecer, se estamos a fazer isto há inúmeras aulas? Portanto cremos que percebam porque é que não queremos aprofundar o assunto. E para bom entendedor (como decerto o estimado leitor será) duas palavras bastam.
Por sinal, devem lembrar-se de termos referido a nossa ideia de transformar o nosso logótipo em marcador.
E transformámos! Ou melhor pedimos que no-lo transformassem. Ficámos com várias impressões da nossa "Realidade" e começámos a recortá-la (até então não tínhamos noção que fazer um marcador não rectangular, manualmente, fosse tão difícil). Por agora temos dez, mas esperamos aumentar um pouco o batalhão - o que é estar a pedi-las, mas nós somos raparigas de armas, e não fugimos a uma boa luta.

Sexta-feira, 25 Fevereiro 2011

Pronto, vamos ser breves. Continuámos.
Perceberam, certo? Pois. Sinónimo de transcrição de revista (conclusão, finalmente) e inquéritos. É um conhecimento universal.
Só acrescentámos algo, á pressa, como quem não quer a coisa. Porque à pressa, como quem não quer a coisa (o que não é verdade; queremo-lo mais do que tudo) saímos na última parta da aula para ir ao Hospital do Patrocínio. Tentar marcar uma visita, como é hábito. Hm, quer dizer, como é óbvio.
Vamos continuar a ser breves: fomos num pé, voltámos noutro, tão depressa como nos disseram "nada feito". De mãos a abanar, a viagem faz-se mais rápido.

terça-feira, 15 de março de 2011

Terça-feira, 22 Fevereiro 2011

Mais uma vez: continuámos.
A Ana e a Sara rondaram de novo a reportagem homónima, gastanto o seu latim e as teclas do computador.
Quanto à Rita (que por alguma razão tem de ser sempre diferente do resto das pessoas), esteve.. acham que adivinham?
a) a dançar no meio da sala
b) a negociar o aluguer de uma lapiseira com a professora
c) a contabilizar inquéritos
...
É pena, erraram! A resposta certa é a d) a contabilizar inquéritos a negociar o aluguer de uma lapiseira com a professora (que por sinal saiu um bocado cara).
Tal como eu disse, o que fizémos resume-se a isso: continuámos. Até aqui nenhuma surpresa (aparentemente).

Sexta-feira, 18 Fevereiro 2011

Tivemos aula de Educação Sexual.
E ponto.
Querem saber mais? Não dizemos. Como diz o ditado inglês: Kiss and don´t tell!

Terça-feira, 15 Fevereiro 2011

Há que manter os olhos abertos para tudo, nunca se sabe onde pudemos encontrar inspiração. E desta vez a Sara observou bem o mundo e no meio de páginas de histórias esquecidas, descobriu.
Descobriu uma reportagem acerca de crianças autistas, uma das doenças que investigámos e que, para nossa alegria, refere também, terapias e a importância do apoio e família.
A reportagem: "Um mundo à parte", de seu nome. Parece familiar não parece? (Não fiquem a pensar isso de nós, que o plágio não é nosso!) Isto às vezes há coincidências!
Enfim, pegámos na nossa reportagem (nossa, com todos os direitos de autor devidamente respeitados, ok? Levem a teoria do plágio para outro lado) e começámos a transcrever excertos aqui para o blog.
De resto continuámos a contabilizar mais inquéritos, que todos os dias (ou nem por isso, desejávamos que assim fosse) nos continuam a chegar.

3ª feira, 8 Fevereiro 2011 e 6ª feira, 11 Fevereiro 2011

Nada de novo. Duas aulas passaram, o tempo continua a escorrer pelos ponteiros do relógio, mas a estação não traz novidades.
Continuámos a tratar e a contabilizar os inquéritos, continuámos a actualizar diários de bordo, continuámos a fazer o folheto e vimos os vídeos resultantes da entrevista da última "aula".
Continuámos, estádio transcendente do nosso trabalho. Palavra que (sejamos sinceras) nos cansa; contudo, sem perseverança não se chega a nenhum lado.
Por enquanto, consideram-nos perdidas no tic-tac banalmente sinistro do relógio. Mas, ânimo! Em breve recolheremos o fruto destas horas.

Sexta-feira, 4 Fevereiro 2011

A sobrevivência está do lado dos mais fortes. Daqueles que conseguem seguir os seus objectivos mesmo quando têm alguns percalços. Por exemplo, quando decidem tirar o melhor proveito de um grupo dividido. (sim porque isto às vezes há traidores!)
Aahh, mas como estávamos a dizer, o nosso grupo hoje estava dividido. Acontece que a traidora (cofcof), quer dizer a Ana, decidiu apanhar boleia clandestina e ir para Lisboa com os tipos de Química e de Física, numa visita de estudo. O que é deveras indecente, principalmente porque não nos levou também.
Bem cedinho pela manhã (e porque 10:00h é muito cedo) a Sara e a Rita decidiram arrumar armas e pôr as malas às costas, sem saber que teriam pela frente umas das maiores batalhas de sempre. O que aconteceu foi que as duas foram de câmara na mão percorrer a bela da cidade de Évora a entrevistar pessoas acerca dos seus conhecimentos sobre Doenças Mentais.
Até podíamos dizer que as pessoas colaboraram muito mas não estaríamos a ser totalmente sinceras, elas fugiam de nós (literalmente), decidiam as perguntas que nós íamos fazer e quando acabava a entrevista (porque mesmo sendo o nosso trabalho, nós não mandamos nada). Não tivemos uma tarefa nada facilitada, mas sobrevivemos, sem a Ana (porque tivemos de nos desenrascar de qualquer maneira), e com ajuda de umas colegas de outros grupos.
Não contávamos com tantas dificuldades, pessoas esquivas, respostas ainda mais esquivas, botões de zoom difíceis de manobrar... e maioritariamente a realidade fria e crua: os conhecimentos da sociedade no geral são muito reduzidos.
Sabemos que não temos esta tarefa terminada, e mais tarde ou mais cedo temos de voltar à acção e continuar as entrevistas. Até lá continuamos a dar no duro na sala de aula.

Terça-feira, 1 Fevereiro 2011

Recebemos uma visita até então muito aguardada. Um pombo correi passou por cá e entregou-nos alguns inquéritos dos que tínhamos enviado às turmas.
Agora chegou a hora da verdade! Vamos começar a tratar a informação e descobrir qual é, afinal, o conhecimento da comunidade estudantil acerca do assunto. A Rita irá encarregar-se disto. Estamos à espera de tudo? Esperemos que sim; nunca se sabe o que vamos encontrar. Mas pelo menos a maioria das respostas parecem, no mínimo, ligeiramente pensadas. Ligeiramente levadas a sério.
Contudo, entretanto precisamos de espalhar "a mensagem". E antes de a entregar ao pombo-correio para a espalhar precisamos, supostamente, de a redigir.
Decidimos começar a fazer um panfleto. E lembram-se do nosso logótipo? Vá lá, é inesquecível, nem que seja simplesmente porque o temos espalhado por todo o lado. Vamos fazer dele um marcador. Porventura um marcador pouco convencional, mas chamar a atenção é o nosso objectivo.

Sexta-feira, 28 Janeiro 2011

Mais uma aula que não foi muito produtiva. Não acrescentámos muito no nosso trabalho, mas acrescentámos um pouco ao projecto "Dás-me um minuto?".
Hoje o grupo deles realizou uma palestra no auditório acerca de primeiros socorros e fomos assistir, apreender e dar um apoizinho aos nossos colegas...

sexta-feira, 11 de março de 2011

Apresentação do projecto à turma


Este é o power-point de que tanto já falámos e apresentámos à turma na nossa exposição oral.

Terça-feira, 25 Janeiro 2011

Hoje tivemos uma aula diferente. Nao estivemos a fazer as habituais tarefas aborrecidas (finalmente um descanso, já merecido). Pelo contrário, hoje vingou o resultado da luta de longa data dos alunos (porque geralmente, não temos nada melhor pelo qual protestar, não é?)
Resumindo, hoje tivemos uma aula de Educação Sexual.
Querem saber o que aconteceu? E que vos interessa isso? Vai ficar no segredo dos deuses. Ou melhor, no segredo da turma. Por isso desfrutamos e calamos. E ponto.

Sexta-feira, 21 Janeiro 2011

Todas as pessoas têm, na sua vida, os seus 15 minutos de fama.
Hoje tivemos direito aos nossos. Foi o dia da nossa apresentação e expusemos à turma o nosso projecto, sem preconceitos nem tabus.
Resultado: até correu bem. Afinal as pessoas parecem aceitar facilmente as coisas puras e duras tal como são.
Achamos que estivemos relativamente (tudo é relativo, não é? Até a perfeição) bem e que houve uma boa interacção com a turma; eles colocaram as suas dúvidas o que quer dizer que estiveram atentos e até se ineressaram.
Contudo, passados os 15 minutos de pódio, tivemos de regressar à nossa triste condição de insignificância.
Mas ser insignificante não quer dizer deixar de passar a mensagem. Por isso resolvemos fazer um folheto, que podemos depois distribuir pela escola. Resistência sempre!

sexta-feira, 4 de março de 2011

6ª feira, 14 Janeiro e 3ª feira, 18 Janeiro 2011

Houve luta, houve sofrimento. Houve gritos e agressões e choro... e a sala envolveu-se em negrume e o nosso grupo sucumbiu aos caos informe da discórdia.
Até que a tormenta passou. Nenhuma catástrofe dura para sempre; muito menos cataclismo de um Power-Point.
Estas duas aulas estivemos a fazer o suporte para a nossa apresentação, a reunir as ideias principais acerca das doenças que vamos abordar e a preparar o nosso discurso à turma.
Mas, se anteriormente o Photoshop resultou em barraca, podemos concluir que o Power-Point correu as mil maravilhas. Embora cada uma de nós puxe para seu lado, trabalhamos bem em conjuntos.
Agora que a poeira acentou, que hasteámos as bandeiras brancas e sarámos as feridas, conseguimos ver que a discórdia nem sempre é má e que o resultado pode ser bom.
O nosso Power-Point está pronto!

terça-feira, 1 de março de 2011

Terça-feira, 11 Janeiro 2011

Há coisas que nos deixam profundamente ofendidas! Hm, talvez isto seja um pouco exagerado. Estamos profundamente; exuberantemente; irremediavelmente zangadas! Isto, ou então somos incrivelmente sensíveis.
Vamos apostar no último caso. Dado que precisamos (somos obrigadas, leia-se antes) de fazer um Power-Point para apresentar o nosso trabalho à turma, poderia eventualmente parecer que eles (restante turma) ainda não tivessem a mínima do que andamos aqui a fazer (ok, restante turma e não só).
Poderia parecer. Mas nós sabemos que aqui a malta é muito atenta ao que se passa e comecem perfeitamente o nosso tema. Por isso, hoje começámos a realizar um Power-Point, onde temos uma breve síntese e informação acerca do nosso projecto, por mero formalismo.
E é também altura de começar a desenvolver outra ideia: pensámos em entrevistar algumas pessoas na rua (pobres e desprevenidos coitados que vão ser abordados por três lobas más), para termos uma ideia acerca do conhecimento geral sobre estas doenças e acerca das reacções para com as perturbações mentais.
O grande objectivo seria realizar um vídeo, uma pequena reportagem.
Sabemos que é um projecto ambicioso, mas quem não arrisca não petisca, e o nosso apetite é imenso!...
Assim atirámo-nos de cabeça e preparámos já o guião das perguntas que iremos fazer, que passamos a citar:

- O que acha que é um doente mental?
- Já conheceu alguém que sofresse de doença mental?
- Sente-se mal ao pé de uma pessoa afectada?
- Mudava a sua atitude se descobrisse que um amigo seu sofria de uma doença mental?
- Pode dar exemplos destes tipos de doenças?
- Acha que estas pessoas são descriminadas?
- Quais são as respostas que a sociedade tem para as pessoas com estes problemas?

É simples, mas é extenso, não é?
É provável que as pessoas se cansem de nos ouvir e nos perguntem até: "Mas porque é que vocês têm bocas tão grandes?".
Ao que as três lobitas responderão, com um sorriso malicioso: (Não, não é o que estão a pensar.) "É para aprender melhor, meu menino!".
... Vale a pena tentar, não concordam?...