terça-feira, 31 de maio de 2011

EsquizoCronia

Algures, algum tempo atrás, devem-nos ter ouvido dizer que os aspectos do nosso modo de vida influenciam a nossa saúde mental. O que é inteiramente verdade. Como?

Actualmente, quase não temos controlo sobre o nosso tempo, ou melhor, sobre o modo como o gastamos. Somos vítimas de uma Cronopatologia, em que o nosso tempo se encontra mutilado e alienado da nossa própria existência. Geralmente, não aproveitamos o tempo da maneira que queremos e ocupamo-lo com obrigações.

Por exemplo, hoje em dia, os horários de trabalho são muito rígidos. Se fizermos um gráfico do tempo que gastamos a trabalhar (contrariados ou não), a dormir, e a aproveitá-lo "como bem nos der na gana", em muitos casos temos algo deste género:
É um pouco monocromático...
E não é muito aliciante.

Agora imaginem gastar todo o nosso tempo, apenas desta forma, ao longo do ano. A pessoa acaba por cair numa rotina degradante, por se separar de si mesma, sem tempo para a família, para os amigos, para as suas actividades preferidas.
O que se reflecte na sua saúde mental.



Isto seria o aspecto de uma vida "Esquizocrónica", aquilo que deve ser.
Uma vida na qual o tempo é bem fragmentado e aproveitado da melhor forma, para as nossas necessidades biológicas e pessoais.
Aqui fica uma dica:
Pensem em várias coisas que gostem de fazer. Que 'adorem' fazer. Não interessa se seja ping-pong, ler, ouvir música, passear, ou simplesmente não fazer nada. Façam-no!!
Utilizem uma parte do dia só para vocês. Dividam-no. Tentem arranjar tempo para estar com os amigos e fazer planos para o futuro.
Por outras palavras, (extremamente cliché) tenham uma vida colorida.

Façam dos seus dias, dias "Coca-Cola".


Mantém a tua Saúde Mental

       


Realizado por: Enfermeiro João Garcia

Agradecimento

O nosso projecto não seria aquilo que conhecemos hoje se não tivéssemos tido umas quantas almas generosas que nos ajudassem.
Sejamos realistas: somos boas, mas não assim tanto. Conseguimos erguer um projecto, mas precisamos de fortes alicerces que nos indiquem o caminho.


Por isso, deixamos aqui o nosso mais sincero agradecimento a todas as pessoas que nos guiaram e ajudaram na realização deste pequeno projecto. Que nos ajudaram a perceber o que é uma doença mental e a vê-la sem os olhos do preconceito e da ignorância.

Ao Sr. Enfermeiro João Galego, ao Sr. Enfermeiro João Garcia e a todos os que participaram na nossa palestra,

Muito obrigado!




segunda-feira, 30 de maio de 2011

Promoção da Saúde Mental


Gestão do tempo;

Gestão das relações (Inteligência emocional);

Atitudes protectoras/risco: Consumo de drogas, acidentes de viação.

Impacto positivo e negativo dos acontecimentos de vida.

domingo, 29 de maio de 2011

Aparece!

Não podes perder!

                   

Quando finalmente conseguimos...


...

E por isso, mudámos de sala, sentámos as pessoas e começámos a palestra.




Quando a coisa dá para o torto...

No início da palestra, quando o material do auditório decide avariar e não colaborar conosco.





Palestra

                      


Este foi o power-point que o nosso grupo apresentou na palestra do dia 27 de Maio de 2011.

Sexta-feira, 27 Maio 2011

Foi hoje o grande dia.
O dia da nossa palestra.
Não fizémos nada durante a aula de Área de Projecto (a Sara é apologista da abulição desta frase, mas as verdades têm que ser ditas). Em primeiro lugar, porque o grupo "Dás-me um minuto?" fez a sua apresentação. Em segundo porque a única coisa que podiamos fazer era pensar na nossa palestra, que seria na hora seguinte na aula de Psicologia.
...

Nem tudo começou bem de início. Para nosso desespero, o projector do auditório não funcionava, mas o problema foi mais ou menos resolvido - não o do projector, o nosso- e tivemos que apresentar numa sala.
...

No final, achamos que correu bem.
O nosso projecto está quase acabado e dá agora os primeiros passos a caminho do fim.
Desta vez do fim derradeiro...

Terça-feira, 24 Maio 2011

Começámos outra contagem decrescente (até à data parece que não fazemos outra coisa), mas desta vez é um pouco mais sério.
Ou pelo menos, sem dúvida, mais extenuante.
Faltam apenas três dias para a palestra e por isso metemos mãos ao trabalho para acabar o power-point (que tem de ficar definitivamente terminado hoje) e para embelezar as nossas bonecas/marcadores...
A nossa vontade é grande, o stress muito e o tempo escasso...

Sexta-feira, 20 Maio 2011


Quando à nossa volta não há recursos, quando nos tiram algo que nós gostávamos, temos de fazer alguma coisa por isso, mesmo que signifique fazê-lo pelas nossas próprias mãos.
Deve ser do conhecimento geral que não temos cinema em Évora. Por isso, decidimos fazer uma pequena sessão cinematográfica por nossa própria conta. Não, não vamos nós fazer o filme (embora sejamos frequentemente de grandes cenas), nem vamos nós participar nele (independentemente do nosso prometedor talento enquanto actrizes).
Vamos passar um filme, já conhecido, mas espectacular, que se insere no nosso tema: "Uma Mente Brilhante".
Como é lógico, precisamos de um pouco de publicidade, e portanto estivemos a fazer um cartaz, alusivo às novas "Noites de Cinema".
Ah, esquecemo-nos de referir: o filme vai ser passado à noite, no dia 31. Por isso, não há desculpa para não aparecer!
Estivemos também, como já vai sendo hábito, elaborar o power-point. Já falta pouco para o dia D. Os folhetos precisam ainda de uns retoques e as nossas bonecas (os nossos marcadores) não ser despertadas do seu sono profundo; tudo vai ser acabado e impresso este fim-de-semana.

Quarta-feira, 18 Maio 2011

Tal como combinado, encontrámo-nos às 2:30, na Rua Manuel de Olival, e dirigimo-nos depois para a consulta externa de psiquiatria- número 16.
Não, não pensem que fomos lá para "tratar" a nossa própria "maluquice". Às vezes parece que precisamos (até porque trabalhar umas com as outras nos põe doidas), mas, por enquanto, ainda não é caso para tanto.
Voltando ao que interessa...
Lá estávamos nós, meio perdidas e apreensivas, à procura do sr. enfermeiro. E como tudo o que é vivo aparece, encontrámo-lo sem demoras.
Seguiu-se uma pequena conversa acerca daquilo que iríamos fazer na palestra, na qual fomos também elucidadas acerca do género de pessoas que por ali passam, as situações que elas atravessaram, uma pequena parte do "tratamento" (aconselhamento), sendo-nos deixadas algumas dicas sobre o mais importante - a prevenção.
A certo ponto, foi-nos apresentada uma senhora, que sofre de doença mental e o enfermeiro perguntou-lhe se não estaria disposta a dar um testemunho pessoal na nossa palestra. Uma proposta que foi recebida com timidez e com dúvida (compreensível - nenhum de nós acha fácil falar acerca da nossa própria vida), mas achamos que, capacidade para falar, aqui não é o problema.
Embora não nos tenha dito qual a sua doença, nem como esta surgiu, falou-nos um pouco da maneira como a conseguiu superar, onde foi arranjar forças.
Resta-nos esperar se esta senhora sempre vai participar na nossa palestra; seria uma grande mais valia. Mas sabemos que estamos bem acompanhadas e bem direccionadas. Todas as pessoas que nos foram hoje apresentadas são excepcionais e serão, sem dúvida, uma grande ajuda no nosso projecto.

10, 13 e 17 Maio 2011

A aguardada resposta chegou, e com ela a promessa de um colaborador: o enfermeiro João Garcia.
A verdadeira epopeia começou depois. Contactá-lo não foi tarefa fácil, houve vários percalços e distracções pelo meio, que tornavam tudo mais demorado. Só conseguimos chegar à fala após uma semana.
Foi combinado encontrarmo-nos na Quarta, dia 18, nas consultas externas de psiquiatria, na Rua Manuel de Olival.
Entretanto, durante estas três aulas, as tontinhas fizeram mais do que simplesmente tentar ligar para o hospital. Para adiantar trabalho, estivemos a preparar o power-point que servirá de suporte na nossa apresentação, a preparar os folhetos e um cartaz (este sim que trará um pouco de novidade).

Sexta-feira, 6 Maio 2011

Aguardámos uma resposta que infelizmente não veio...
Aprendemos às nossas custas, que o correio electrónico não é de confiança, só envia mensagens quando e como lhe apetece e decide por si mesmo quando quer descansar. Mas isto não pode ser assim, que tamanha indecência!
Por isso, metemos mãos à obra e decidimos entregar a "carta" pessoalmente na ala psiquiátrica.
É melhor pouparmo-nos aos pormenores; ficam apenas a saber que a Sara e a Ana têm um novo record na maratona da escola, pois andar a correr entre a sala, a biblioteca, a secretaria e o hospital não é para todos...


Mas enfim, as "pombinhas-correio" são eficientes (bem mais do que um suposto gmail precário) e entregaram a boa-nova.
Entretanto, a Rita foi deixada na sala, a actualizar o blog (ao menos essa engenhoca ainda não nos deixou mal), inserido os gráficos com os resultados dos inquéritos.

Terça-feira, 3 Maio 2011

Acabámos os cartazes, a visão de duas realidades opostas descritas pelo mesmo (ir)realista...
Acham confuso? Bem, publicámos o produto final no blog (se quiserem ir ver, não façam cerimónia, nós até nem nos importamos muito) e agora só falta imprimir para afixar na escola.

Mas fizemos algo mais e antecipámo-nos a toda a concorrência. Para fazermos uma palestra precisamos de marcar um dia; o tempo é curto e em todo o lado há adversários...
Por isso, pela madrugada fora, ao relento e ao frio, à chuva e ao vento, sofrendo, como é essencial em todas as conquistas, fizemos uma espera à professora e conseguimos marcar território, bem cedo.
O dia 27 de Maio, no meio da época da exposição de Área de Projecto, é nosso!
Enviámos então um mail ao Enfermeiro João Galego, a avisá-lo do dia da palestra. Por agora aguardamos resposta...

Sexta-feira, 29 Abril 2011

Relembrem-nos da nossa missão...
Daquela titânica e desesperada tarefa que, não conseguimos de maneira alguma acabar e que tem que ser repetida quase todos os dias...
Ir ao Hospital.
Pois é, o caminho é familiar e a necessidade recorrente.
Fomos nós ao Hospital, encontrar o enfermeiro-chefe, para "angariarmos" pessoal para a palestra (infelizmente, ele não se voluntaria sozinho), o que pressupõe, logicamente, que fomos também tentar perceber se sempre haveria palestra ou não.

Missão cumprida. O resultado é positivo (por enquanto assim achamos).
Conseguimos (quase miraculosamente) encontrarmo-nos com o senhor, que nos garantiu que iria tentar arranjar alguém que estivesse disposto a ajudar-nos. Deu-nos também algumas dicas; aconselhou-nos a mostrar também o nosso trabalho produzido e abordar um pouco das doenças mentais, a sua definição, o seu contexto histórico...
Pelo menos isto já está!
E como se costuma dizer: Tudo acaba bem quando começa bem.

Para além disso, esta aula estivemos a dar projecção ao nosso projecto. Nada melhor do que uma boa publicidade para fazer de nós famosas. Na verdade, começámos a fazer dois cartazes (ou um grande cartaz complementar, se preferirem) acerca da esquizofrenia. Nada de mais, apenas uma pequena "brincadeira" - a brincar se dizem muitas verdades - contada na primeira pessoa, com o objectivo de chamar a atenção.  

terça-feira, 17 de maio de 2011

Todos nós erramos...

Por vezes enveredamos  por caminhos que nem sempre estão correctos. Cada passo nosso é dirigido ao lugar que desejamos... mas será que esse tal lugar é como imaginamos? Será que esse lugar existe realmente?
Por vezes, toda a nossa jornada não passa de uma ilusão. Erramos. Erramos redondamente.
Apercebemo-nos que a única solução é voltar para trás, refazer o nosso percurso. E aprender com os nossos erros.

Foi mais ou menos isso que nos aconteceu. Com indicações erradas, julgámos que uma das doenças que abordámos, a epilepsia, era, de facto, uma doença mental. Acabámos por descobrir que não é.
É na verdade uma doença neurológica.
Tudo o que nos resta agora, é pedir desculpa aos nossos leitores e às pessoas que seguem o nosso projecto. Agradecemos também toda a ajuda que nos deram nesta área.

O que nos resta também é continuar... e é o que faremos!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Terça-feira, 26 Abril 2011

Período novo, vida nova. Ou melhor, renovada sobrevivência, porque algo nos diz que mal vamos ter tempo para respirar. Um mês e meio de aulas é pouco, muito pouco... e nós queremos o mundo!
Por isso achámos melhor começar a apressar-nos. Entrámos na aula, olá professora, adeus professora, até mais colegas, e saímos da escola.
Não, a aula não passou assim tão depressa (era bom!... Com esta e com todas...). Saímos da escola e dirigimo-nos ao Hospital, à ala psiquiátrica, tentar "angariar" voluntários para nos obsequiarem com uma palestra.
O nosso objectivo é dar a conhecer a algumas turmas, numa pequena sessão, aquilo que é, de facto, uma doença mental. Desmistificar; eliminar o estigma. Mas para isso precisamos de alguém que saiba do que está a falar, que conviva com esta situação todos os dias. Esperamos conseguir arranjar um psicólogo e um enfermeiro. (À falta de melhor, qualquer outra pessoa com legitimidade... nesta etapa, tudo o que vier à rede é peixe.)
Fomos recebidas, desta vez, por uma enfermeira, cujo nome nos escapou, mas cujos olhos azuis e voz doce serão decerto inconfundíveis.
Disse-nos que o melhor era mesmo falar com o enfermeiro-chefe, pois só ele nos poderia ajudar nesta situação.
Portanto, não nos resta outra opção senão regressar...

Sexta-feira, 8 Abril 2011

Última aula. Há algo que nos faz estremecer; não sabemos bem se será excitação por ser o último dia, ou se será nervosismo por irmos receber a nota.
... Olhando agora para trás foi aquilo que merecíamos; 18 até não foi mau. Mas podia ter sido melhor. É isso que nós vamos tentar no próximo período: melhorar, dar tudo por tudo.

Terça-feira, 5 Abril 2011

Chegados ao fim do período, estamos já naquela fase em que não sabemos o que fazer. Se vamos, se ficamos, se fazemos ou deixamos de fazer. A letargia das férias que se aproximam parece apoderar-se de nós...
"E o que esperavam?" perguntamos nós com um bocejo. "Somos jovens. Temos todo o tempo do mundo"

... E sabem o que fazem os jovens quando têm tempo livre a mais, não sabem?...

Por outras palavras, tivemos aula de Educação Sexual.
E ficamos por aqui, mais não será preciso dizer. Podemos apensas acrescentar que quem se divertiu mais foi provavelmente a Rita- afinal, a nossa menina fez anos. Há que aproveitar enquanto é tempo...

Sexta-feira, 1 Abril 2011

Hoje revoltámo-nos. Mandámos todo o trabalho às urtigas, pusemos a Área de Projecto para trás das costas, e decidimos não nos preocupar. Hoje não fizemos nada! 
O que acabámos de dizer seria verdade, se não fosse hoje o dia das mentiras.
Falando agora a sério, é verdade que hoje não tivemos a potência máxima, mas não deixámos de ser alunas aplicadas que somos. Estivemos a planear o que vamos fazer no próximo período, a arranjar ideias...

terça-feira, 26 de abril de 2011

Entrevista a um epiléptico

Caros leitores, aqui vos deixamos outra entrevista de uma rapariga que sofre de epilepsia. Esta entrevista foi realizada para termos uma visão mais pessoal deste tipo de doença.
  


1- Quando é que te foi detectada a epilepsia? E como?
A epilepsia foi-me detectada aos 14 anos através de um diagnóstico que os médicos fizeram; de um exame que realizei com o nome de Electroencefolograma.

2- Tinhas alguma noção do que era essa doença?
Sabia algumas coisas básicas da doença, mas nada especifico. Sabia que tinha que ter alguns cuidados e que poderia ter uma vida perfeitamente normal porque tinha a perfeita noção que esta era uma doença que podia aparecer a qualquer pessoa em qualquer circunstância.

3- Como reagiste perante a situação? E como reagiram os teus pais?
Como já tinha referido, reagi com perfeita naturalidade, porque sabia que a qualquer altura esta doença podia desaparecer. Os meus pais, posso dizer que também reagiram bem. Ao saberem que tinha esta doença o seu objectivo era medicar-me para controlar possíveis ataques convulsivos.

4- Tomas algum tipo de medicação? É eficaz?
Sim. Já tomei imensos medicamentos como: Depakine 500 mg, Tegretol 200 e 400mg, Diplexil 1000mg, Zonegran 100 e 50mg. Todos esses medicamentos tem um efeito de sonolência mas com a continuação desaparece. Posso dizer que são eficazes, porque se não fossem não estaria melhor desta doença.

5- Que cuidados tens que ter no dia-a-dia?
Evitar músicas altas, luzes muito claras e flashes.

6- O que é que mudou na tua vida?
Sinceramente não mudou muita coisa, já que tenho uma vida normal. A única coisa que isto fez foi com que desistisse da escola durante um período porque tinha muitos ataques convulsivos, tendo que voltar a repetir o ano.

7- Como é que achas que as outras pessoas reagem à epilepsia?
Algumas pessoas têm noção do que é esta doença, mas outras infelizmente não, sendo que houve um período que quando pessoas souberam de eu ter esta doença começaram a afastar-se de mim e discriminar-me.

8- Há alguma informação que achas que nos pode ser útil e gostasses de acrescentar?
Quando assistirem a um ataque convulsivo o que devem fazer é: desviar possíveis objectos cortantes, deixar a pessoa ter o ataque e não lhe tocar, quando parar virar a pessoa para o lado esquerdo e nunca lhe metam a mão na boca, porque isso de dizerem que a pessoa engole a língua é mentira. Quando a pessoa acordar acalmá-la e explicar-lhe o que aconteceu e esperar com ela pelos bombeiros. Se ela por acaso ficar agressiva não a segurem, acalmem-na apenas, e se ela urinar durante o ataque é normal. Não façam troça disso, apoiem-na.
Através da comparação das duas entrevistas, podemos constatar que pessoas diferentes reagem de maneiras diferentes à mesma doença.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Terça-feira, 29 Março 2011

0...
Acabámos. Atingimos a meta.
Hoje foi o dia da entrega dos trabalhos.
Ainda assim, tivemos de atar umas pontas soltas, passar a nossa "reportagem" para o computador, dar os últimos retoques.
Conseguimos. Demos a volta ao estádio e cortámos a fita. Já podemos gritar vitória!
Agora só nos falta descobrir o que vamos fazer no resto das aulas, mas felizmente já temos umas ideias. A bem dizer, antecipamos "a cena". Antecipamos de tal forma que até pensámos em escrever nesta mesma aula os restantes diários de bordo do período, para adiantar trabalho. Mas, sinceramente, a Ana é preguiçosa e de momento não está para isso.
Não duvide agora o nosso caro e estimado leitor da nossa integridade (de nenhum elemento do grupo e muito menos da vontade laboral da Ana). Nós gostamos de fazer as coisas como deve ser, e falsificar diários de bordo parece um bocado "fora". Não dá estilo.
Portanto, contentámo-nos com a norma (como bons moldes de alunos que somos)... e ficamos por aqui.
Por enquanto. Mas por enquanto, podemos também aproveitar e desfrutar deste "fim". Com a sensação (e esperemos que não se limite a isso) de um trabalho bem feito. B)

terça-feira, 29 de março de 2011

Mundos Paralelos

Há um lugar que há pouco tempo visitámos. Um lugar estranho, mas não tão mau assim. De facto, gostaríamos de vos fazer chegar este tal sítio, já que muitos de vós (esperemos) nunca irão conhecê-lo.
Abram então a janela da imaginação e deixem-nos guiá-los.

Ao chegar, serão recebidos por duas grandes portas de madeira. Não tenham medo, nenhuma porta foi feita para estar fechada, mas sim para ser aberta. Entrem.
À vossa frente projecta-se um longo corredor salpicado aqui e ali por imagens de belas paisagens à beira-mar e de orlas tranquilizantes de florestas. Se virarem à direita, encontrarão uma ampla sala de convívio onde a luz que entra pela janela se derrama nas paredes, deixando um rasto amarelo de calor. Vários sofás pretos agrupam-se à roda de um televisor e, a um canto da sala, algumas cadeiras convidam à leitura dos livros que estão colocados na estante, debruçada sobre a mesa. Para lá das janelas, antevê-se uma pequena varanda, onde alguém fuma, estendendo o olhar sobre os telhados gastos da cidade.
Deixando para trás a sala, ao longo do corredor passamos por outras nove portas, cada uma delas a entrada para um quarto. Ao fundo, um refeitório iluminado, onde a única coisa que parece faltar são as habituais conversas intercaladas.
Se nos seguirem ainda até outra divisão, desta vez fora das grandes portas que há pouco atravessámos, verão aquilo que vos fará lembrar uma grande sala de artes, com quadros inacabados e novas ideias à espera de serem tecidas pelas mãos da criatividade.

Agora que a nossa breve visita acabou e que as apresentações ficaram feitas, perguntamos-vos: Parece um lugar assim tão mau, depois de o conhecerem? Que aura ameaçadora poderá ter este espaço que se assemelha quase a uma pequena pousada? Porque receiam tanto ouvi-lo mencionar quando não há nada de diferente nele?...
Nada de diferente, enfim… Por agora vamos ignorar que se passeiam pelos corredores vários enfermeiros com as suas batas brancas. Vamos ignorar também que dois dos quartos são quartos de isolamento por um bom motivo. E já agora vamos esquecer que as pessoas que aqui se encontram não estão “exactamente” bem…

Até porque, estranhamente, ignorar e esquecer que este local e estas pessoas existem é aquilo que muitos de nós tentam fazer. Não lhes dirigem sequer um pensamento. E porque haveriam? Tudo isto é uma realidade tão distante, um mundo tão completamente à parte, que não vale a pena ser lembrado…

Precisamente, sabíamos que já lá tinham chegado. O “local” que o nosso grupo visitou não é mais nem menos do que a ala psiquiátrica de Hospital do Patrocínio. O manicómio, o andar dos malucos, como é vulgarmente conhecido.
Já vos descrevemos uma parte da visita… mas esperem, oiçam-nos, que ainda mal começámos! Vimos muito mais coisas. E sim, vimos “malucos”, “tarados” e pessoas com “parafusos a menos”.
E vimos as expressões delas: a apatia, a tristeza; um olhar perdido e um olhar alegre. Vimos nas suas expressões aquilo que elas são: pessoas. Pessoas como nós. Pessoas que já foram como nós e pessoas como as quais poderemos vir a ser.

Dito isto, será a “loucura” uma realidade assim tão distante?
É isso que queremos descobrir e é isso que queremos levá-los a descobrir.
Guiadas pelo Enf. João Galego, quem nos proporcionou a visita e muito nos ajudou no desenvolvimento do projecto, a nossa tarefa está mais facilitada. Mas está na altura de transmitir “a mensagem”.

“Quem são, afinal, as pessoas com doenças mentais?”
É fácil, são muitas vezes pessoas como qualquer outra, que passam despercebidas na multidão. Qualquer um de nós o pode vir a ser ao longo da sua vida. Estas são doenças que afectam um quarto da população; uma em cada quatro pessoas. Um número deveras impressionante, certo? Mas mais impressionante ainda é o estigma, o preconceito, do qual estas doenças são alvo embora sejam tão comuns.

“E dentro destas, quais são então as doenças mais frequentes?”
No hospital, os casos mais comuns são as depressões e psicoses. São aquelas que têm efeitos mais notórios, mas é também importante reter que muitas das pessoas que sofrem disto conseguem levar uma vida normalizada. Quando as pessoas são internadas é porque a doença atingiu um extremo, o individuo passou a representar um perigo para si mesmo e para os outros.

“Quando isso acontece, a pessoa fica internada muito tempo?”
Não, normalmente um doente fica internado no hospital no máximo durante duas semanas. É muito importante que nestes casos não se perca o contacto com a realidade, com o mundo e com a sociedade. Aqui tenta-se que o doente esteja o mais integrado possível, como se pode ver. São pessoas que se comportam e falam como qualquer outra, reúnem-se na sala de convívio, comem juntas, fazem actividades no espaço de terapia ocupacional (na salinha de artes com quadros inacabados). Houve apenas uma má situação que as trouxe até aqui.

“Contudo existem dois quartos de isolamento. Em que situações são usados?”
Usam-se quando é necessário “vigiar” uma pessoa, quando precisamos de lhe dar mais atenção. São usados em situações mais graves, em que o doente representa um perigo; quando tenta o suicídio ou não é capaz de controlar os delírios.
Ainda assim, acabam por melhorar e tenta-se que permaneçam lá o menor tempo possível.

“Como é que uma pessoa chega este estado? Que tipo de más situações é que as trazem até aqui?”
Que situações?... Enfim, a vida. Tudo o que vai acontecendo. Ainda não se compreende bem a doença mental; ninguém é capaz de dar uma definição exacta e muito menos saber o que a despoleta. Sabe-se apenas que o meio circundante é fundamental. Quanto pior é o meio envolvente, pior é o estado da pessoa.
Se alguém perdeu o emprego, está constantemente pressionado, tem problemas no seu dia-a-dia e com a sua família, não se sente bem mentalmente. E este mal-estar por ir-se agravando até originar um colapso.

“Tenta-se que estas pessoas continuem integradas na sociedade, mas isso não é fácil?”
Bem… vamos a ver; uma doença mental é uma doença crónica. Pode ser normalizada através de medicamentos e tratamentos, mas não desaparece. Acontece que, muitas vezes, a pessoa não se sente capaz de enfrentar o mundo e, principalmente, que o mundo não é capaz de lidar com estas pessoas.
É difícil para um doente mental arranjar emprego e, portanto, é difícil integrar-se e levar uma vida “normal”, numa espécie de ciclo vicioso. O maior problema surge mesmo nos outros e nas suas reacções; o preconceito é demasiado forte.

“Esse preconceito surge também na família? O apoio desta é importante, costuma fazer-se sentir?”
... O apoio da família é muito importante; aliás, é importante o apoio de toda gente. Mas o doente costuma ter uma percepção distorcida da realidade, o problema que se faz sentir é constante. Um contacto permanente com isto é desgastante; atinge-se um ponto em que (mesmo que não exista preconceito) a família se sente cansada, já não é capaz de tomar conta da pessoa. O apoio não se faz sentir tanto como seria desejável, mas não podemos culpar só a família. A responsabilidade é da sociedade em geral e esta não está preparada para lidar com a doença mental.

O mais importante é, no final de contas, perceber que um doente mental não é um “maluco”, um mero “doido varrido”; é uma pessoa, um ser humano como todos nós.
Há que ter o bom senso de perceber que a doença mental não se resume a delírios e pensamentos sem nexo. É uma condição na qual as pessoas sofrem e precisam da nossa ajuda. Uma condição pela qual muitos de nós poderiam (e vão) passar.
O ideal a ser alcançado é a desmistificação do estigma, o desmanchar o preconceito. Estas doenças geralmente não representam qualquer perigo a não ser para o próprio indivíduo, não são contagiosas: porquê então fugir, ignorar, menosprezar, quando devíamos estender a nossa mão? De que temos medo?
Não existem duas realidades distintas. Não há um mundo para pessoas normais e outro mundo para quem não o aparenta ser. Tudo é a mesma coisa, e há apenas uma maneira de tornar a realidade melhor. Entre o preto e o branco existem muitos tons de cinzento.
A sociedade tem de tomar consciência deste problema e aprender a aceitar a doença mental. Aprender a aceitá-la para aprender a ajudar quem sofre dela.
A sociedade tem de mudar. E para mudar a sociedade cada um de nós tem de aprender a ver o mundo com novos olhos.

Sexta-feira, 25 Março 2011

... 1...
É a contagem final. O início do fim.
Outra vez... e apenas por agora.
Só temos mais uma aula para acabar e organizar todo o trabalho que viemos a realizar ao longo do segundo período. Estamos então na habitual corrida contra o tempo, nosso rival de longa data.
Mas desta vez, desta vez vamos ganhar! Sabemos que sim. Pusemos os diários de bordo em dia, actualizámos o dossier e começámos a redigir a nossa "reportagem", tendo por base a visita do Hospital do Patrocínio.
No meio disto tudo, tivemos ainda tempo de pesquisar e desenvolver novas ideias para o próximo período.
Aproximamo-nos da meta. Cada novo passo coloca-nos mais perto da vitória. Uma vitória pequenina, esta de simplesmente organizar o projecto, mas, ainda assim, uma boa vitória.

sexta-feira, 25 de março de 2011

terça-feira, 22 de março de 2011

6ª feira, 18 Março 2011 e 3ª feira, 22 Março 2011

3... 2...
Estamos de novo em contagem decrescente. O dia da entrega dos nossos trabalhos, no 2º período, aproxima-se a passos largos e ameaçadores. Por isso, pernas para que te quero!
Demos corda às mãos e estivemos, estas duas aulas a escrever diários de bordo e a actualizar o blog. Aquelas tarefas que todos adoramos, sobretudo se estivermos sob pressão.
Felizmente, tivemos uma grande colaboração por parte da nossa "miúda" entrevistada, que respondeu prontamente às perguntas que lhe enviámos. Uma ajuda preciosa, presente agora no nosso blog (portanto vão ler, vale a pena), que merece os nossos mais sinceros agradecimentos.

Entrevista a um epiléptico

Caros leitores, aqui vos deixamos uma entrevista a uma rapariga que sofre de epilepsia. Esta entrevista foi realizada para termos uma visão mais pessoal deste tipo de doença.
  

1- Quando é que te foi detectada a epilepsia? E como?
A epilepsia foi me detectada aos 8 anos, descobriram porque nas aulas eu ficava a dormir completamente e tinha paragens cerebrais, então os meus pais levaram-me ao médico em Lisboa e fizeram-me vários exames ao cérebro, e o médico disse que de facto se tratava de epilepsia.

2- Tinhas alguma noção do que era essa doença?
Ao principio da doença não tinha bem essa noção mas depois com o passar do tempo fui me apercebendo.

3- Como reagiste perante a situação? E como reagiram os teus pais?
No princípio eu não tive reacção, ainda não sabia bem o que era, mas quando me apercebi do que tinha e o porquê de ir tantas vezes ao hospital ai eu nem sabia o que sentir, custou muito a habituar-me e mesmo assim às vezes ainda me farto de ter esta doença. Os meus pais ficaram muitos preocupados porque o médico custou a encontrar um medicamento que acabasse com as crises e com as paragens cerebrais, e por cada paragem eram células que morriam e eu poderiam ficar deficiente ou ate mesmo morrer.

4- Tomas algum tipo de medicação? É eficaz?
Sim eu tomo 3,5 comprimidos por dia e nenhum comprimido é eficaz a 100%. Eu mesmo a tomar estes comprimidos às vezes ainda tenho paragens.

5- Que cuidados tens que ter no dia-a-dia?
Os cuidados não são muitos, eu não me posso enervar e se tiver muito cansada e ainda por cima estiver ao sol faz-me muito mal.

6- O que é que mudou na tua vida?
Na minha vida não mudou nada, a não ser habituar-me a rotina de tomar os comprimidos.

7- Como é que achas que as outras pessoas reagem à epilepsia?
As reacções dependem de pessoa para pessoa, já tiveram vários tipos. Uns ajudavam-me imenso, outros entravam em pânico e não me conseguiam ajudar, e também gozaram comigo por eu ter esta doença. Isto é o que mais me custa, é as pessoas gozarem.

8- Há alguma informação que achas que nos pode ser útil e gostasses de acrescentar?
Existem vários tipos de ataques. Os epilépticos quando tem ataques podem:
-enrolar a língua;
-espasmos;
-convulsões;
-espernear;
- morderem-se;
- ganhar muita força e magoarem-se;
Por exemplo no último ataque que eu tive mordi-me e foi preciso que cinco amigos me segurassem. Parece mentira mas é verdade.

Terça-feira, 15 Março 2011

Hoje, estivemos a actualizar os diários de bordo e a editar gráficos com os resultados dos inquéritos - o que levou a uma acesa discussão acerca de cores; levando-nos à descoberta que sobre (maus) gostos não se discute (o que,  segundo a Rita, é uma afirmação ainda descutível). Enfim, deixando a filosofia cromática de parte, que agora não interessa, tudo está bem e tudo vai bem no nosso projecto.
Mandámos também, através do facebook, uma entrevista a uma rapariga que sofre de epilepsia, para termos uma visão mais pessoal deste tipo de doença. Aguardamos agora por uma resposta, mas temos que esperar até à próxima aula...

sexta-feira, 18 de março de 2011

Sexta-feira, 11 Março

Estamos de novo a desenlear o nosso novelo. A pouco e pouco, os fios vão-se juntando até criar o padrão pretendido.
Os diários de bordo estão a sair quentinhos da impressora (ou do caderno), os inquéritos foram todos contados (ainda falta uma turma, mas, provavelmente, não poderemos contar com ela) e prontos para serem incorporados em gloriosos gráficos.
Decidimos também inserir o Power-Point que fizemos para apresentar a turma no nosso blog. Mas primeiro, temos de o transformar em vídeo e para isso criámos uma conta no youtube - dmrealidade. Agora sim, o nosso projecto vai ser famoso! (Ou pelo menos, é isso que esperamos).