terça-feira, 26 de outubro de 2010

EUREKA (ou a Descoberta da Densidade) - parte II

Sexta-feira, 17 Setembro 2010

Se quiseres responder a uma pergunta basta procurar a resposta. Ou seja, armadas de uma lupa de mão e de uma infalível lógica bem ao estilo de Sherlock Holmes, andámos à cata da "densidade" do projecto (bem, talvez não exactamente desta maneira, mas o sentido está aqui implícito).

(14:40 h)

Decidimos tomar conhecimento dos recursos que temos na nossa cidade.
Pode ter sido uma decisão semi-repentina, tomada de manhã, durante a aula, mas ao que nos quer parecer, trabalhamos melhor se estivermos entusiasmadas, mesmo sem grandes planos elaborados (dêem-nos um bocado de cafeína e podem começar a contratar-nos para fazer umas quantas missões impossíveis).
Fomos ao Hospital do Patrocínio, saber se é possivel ter contacto com a ala de Psiquiatria. Não sabiamos o que esperar, nem sequer se a nossa presença seria permitida. Mas perguntámos e surpreendentemente, era mesmo. É extremamente fácil; no 4º andar pedir para falar com alguém.
Subimos (deixando umas velhotas indignadas na entrada por lhe passarmos à frente no atendimento - o que se há-de fazer? Assim vai o sistema de saúde em Portugal), e depressa entrámos na ala psiquiátrica.
Levaram-nos prontamente à presença do enfermeiro-chefe, João Galego. A rotina para ele não é nova. Disse-nos que, para um trabalho de 12º ano, apenas precisamos de combinar com ele uma visita, telefonando para o hospital.
Não sabemos se nos deixarão estar em contacto com os doentes, mas irão pelo menos mostrar-nos a ala e informar-nos do que é, realmente, a doença mental e que tipo de pessoas são ali tratadas.
Sabemos agora que já contamos com a ajuda do hospital. Está a correr melhor do que pensávamos.

Ao sair vimos uma senhora no corredor. Andava lentamente na nossa direcção, arrastando os pés. Tudo nela tinha um ar aéreo e parecia olhar para nós (ou para algo no nosso interior que não conseguimos ver).
A sala onde ela entrou era como qualquer outra sala no hospital, com sofás pretos e luz amarelada a derramar-se nas paredes. Era simplesmente mais silenciosa e não pairava o habitual ar doentio.

Porém, ou somos muito exigentes, ou nunca nos contentamos com pouco (o que vai dar tudo ao mesmo, como é óbvio. Nesta altura do campeonato já deviam ter percebido que somos impulsivas).
Queremos ter ainda mais feedback do que apenas o do hospital. Numa súbita inspiração (isto não costuma acontecer todos os dias; andamos a surpreender-nos a nós mesmas) decidimos tentar também a Cerci.
Fica um pouco mais longe da cidade, mas parece-nos que um lugar no meio do campo, ao ar livre, será um sítio melhor para os doentes do que entre quatro paredes de betão.
Uma vez lá e com boleia da mãe da Sara (porque à que contar todos os pormenores), tentamos informar-nos com alguém responsável. Infelizmente, ninguém nos pôde dizer se poderíamos alargar o nosso projecto até ali ou não. Ficamos com o contacto e com a promessa de voltar.
Embora ainda tenhamos que voltar a incidir neste assunto, temos também que dar o braço a torcer (não com muita força, por favor, nunca fomos adeptas da violência), pois o que conseguimos cumprir num dia foi bem melhor e mais proveitoso do que tínhamos imaginado.
Agora basta desejar que a sorte esteja do nosso lado. E a esperança é a última a morrer.






Depressão

A depressão ou transtorno depressivo maior é um problema médico caracterizado por diversos sintomas, tais como, humor persistentemente em baixo, tristeza, angústia e redução na capacidade sentir satisfação e prazer. A depressão diferencia-se do comportamento melancólico, ou seja, depressão não é tristeza. É uma doença que tem tratamento. Esta doença é considerada em várias partes do mundo como uma das doenças com a taxa de mortalidade mais alta.
Acredita-se que a genética, alimentação, stress, estilo de vida, separação de pais, drogas, problemas na escola e outros factores estão relacionados com o agravamento desta doença.
Estima-se que cerca de 15% a 20% da população mundial já sofreu de depressão. Esta doença é mais frequente em mulheres do que em homens, com idade entre 24 e 55 anos. A depressão também ocorre em crianças e adolescentes, muitas vezes devido à separação dos pais, rejeição, problemas na escola e principalmente Bullying.
Os sintomas essenciais para o diagnóstico desta doença são, o humor rebaixado (tristeza, angústia) e a diminuição do interesse e prazer em actividades que sempre tiveram prazer para o indivíduo. Existem outros sintomas que podem afectar o paciente como a ansiedade, afastamento de amigos ou pessoas, cansaço e perda de energia, vontade de chorar, problemas de auto-confiança e auto-estima, dificuldade de concentração, sentimentos de culpa, alterações no sono, entre outros.
É frequente, associar depressão como um estado de humor que o indivíduo consegue curar sozinho.
Existem seis tipos de depressão:
1.Depressão maior
2.Depressão crónica
3.Depressão atípica
4.Depressão pós-parto
5.Distúrbio afectivo sazonal
6.Tensão pré-menstrual
No nosso trabalhos vamo-nos centrar na Depressão maior. Os pacientes com este tipo de depressão apresentam pelo menos cinco dos sintomas listados a seguir:
1.       Desânimo na maioria dos dias e na maior parte do dia.
2.       Falta de prazer nas actividades diárias.
3.       Perda de apetite e diminuição do peso.
4.       Fadiga constante.
5.       Sentimento de culpa constante.
6.       Dificuldade de concentração
7.       Distúrbios do sono.
8.       Sensação de agitação
9.       Ideias recorrentes de suicídio ou morte
Os sintomas citados anteriormente não deve estar associados a episódios maníacos, como no transtorno bipolar. Não devem ser causados por drogas, álcool ou qualquer outro tipo de substância e devem ser diferenciados de sentimentos comuns de tristeza. Normalmente, este episódios de depressão dura cerca de vinte semanas.
Causas da depressão
A depressão é associada a um desequilíbrio em certas substâncias químicas no cérebro.
Existem vários factores:
Factores Psico-sociais: Acontecimentos traumáticos, como a perda súbita de alguém muito próximo, ou eventos naturais como enchentes, podem causar uma depressão imediata, sendo assim necessário um longo período de recuperação. Alguns factores genéticos podem explicar a vulnerabilidade de certas pessoas, a existência ou ausência de uma forte relação social ou familiar também influenciam na recuperação.
Factores Biológicos: Alterações nos níveis de neurotransmissores , atrofiamentos em certas áreas do cérebro são a causa de muitos distúrbios depressivos.
Factores Físicos: Em algumas depressões podem ser encontradas causas físicas. Há algum tempo que se sabe que muitos dos nossos traumatismos e acidentes físicos ficam marcados no nosso corpo em conjunto com emoções que sofremos no acidente.
Outros factores: Medicamentos como betabloqueadores, corticosteróides, analgésicos, podem causar depressão, bem como a retirada de qualquer medicação utilizada a longo prazo.
Tratamento
A maioria das pessoas que possuem um quadro clínico depressivo não conhece ou nem procura ajuda médica especializada. O tratamento geralmente envolve uma medicação anti-depressiva receitada pelo menos doze meses para evitar recaídas e algumas vezes acompanhada de psicoterapia. Caso a medicação não faça efeito recorre-se a outros métodos como a eletroconvulsoterapia, estimulação magnética transcraniana e suplementos alimentares. Sabe-se também que praticar exercício regularmente e participar de actividades desportivas e sócias pode ajudar o indivíduo a superar os sintomas da depressão.

Autismo

O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afecta a capacidade de estabelecer relacionamentos e de comunicação de um individuo, de usar a imaginação e de responder apropriadamente ao ambiente — segundo as normas que regulam essas respostas. Esta desordem faz parte de um grupo de síndromes chamado transtorno global do desenvolvimento (TGD) e está presente antes dos três anos de idade.
No nosso trabalho vamo-nos centrar no autismo nas crianças e adolescentes, que não difere muito do autismo nas restantes faixas etárias.
Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, já outras apresentam sérios atrasos no desenvolvimento da linguagem. Algumas parecem fechadas e distantes, outras presas a comportamentos restritos e rígidos. Os diversos modos de manifestação do autismo são designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas da doença. Actualmente, já há possibilidade de detectar a síndrome antes dos dois anos de idade em muitos casos. Uma criança autista fica isolada no canto apenas a observar as outras crianças brincarem; não é porque não tenha interesse nessas brincadeiras ou porque vive no seu mundo, é porque simplesmente tem dificuldade de iniciar, manter e terminar adequadamente uma conversa.
Os adolescentes com autismo são capazes de ter sucesso na carreira académica. Porém, os problemas de comunicação e sociabilização frequentemente causam dificuldades em muitas áreas da vida. Jovens com este síndrome continuarão a precisar de encorajamento e apoio moral na sua luta para atingir uma vida independente.
Segundo a Autism Society of American (ASA), indivíduos com autismo exibem pelo menos metade das seguintes características:
  1. Dificuldade de relacionamento com outras pessoas;
  2. Riso inapropriado:
  3. Pouco ou nenhum contacto visual;
  4. Aparente insensibilidade à dor;
  5. Preferência pela solidão;
  6. Rotação de objectos;
  7. Inapropriada fixação em objectos;
  8. Perceptível hiperactividade ou extrema inactividade;
  9. Ausência de resposta aos métodos normais de ensino;
  10. Insistência em repetição, resistência à mudança de rotina;
  11. Não tem real medo do perigo (consciência de situações que envolvam perigo);
  12. Procedimento com poses bizarras (fixar objecto ficando de cócoras; colocar-se de pé numa perna só; impedir a passagem por uma porta, somente liberando-a após tocar de uma determinada maneira os alisares);
  13. Ecolália (repete palavras ou frases);
  14. Recusa colo ou afagos;
  15. Age como se estivesse surdo;
  16. Dificuldade em expressar necessidades (gesticula e aponta no lugar de usar palavras);
  17. Acessos de raiva (demonstra extrema aflição sem razão aparente);
  18. Irregular habilidade motora (pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos).
A gravidade do autismo oscila bastante, porque as causas podem produzir significativas diferenças individuais no quadro clínico. Desta forma, o tratamento e o prognóstico variam de caso a caso. O transtorno autista é permanente e até ao presente momento não tem cura, contudo o seu diagnóstico precoce permite a indicação antecipada de tratamento.
A base terapêutica da doença presume o envolvimento da família. Pressupõe uma equipa interdisciplinar de tratamento médico, como pediatria, neurologia e psiquiatria, e tratamento não médico, como psicologia, pedagogia, fisioterapia e orientação familiar. Pressupõe ainda inclusão social, uma vez que a intervenção apropriada resulta em considerável melhora no prognóstico.
Não existe medicação e nem tratamento específicos para o transtorno autista.
O sucesso do tratamento depende exclusivamente do empenho e qualificação dos profissionais que se dedicam ao atendimento destes indivíduos.
A demora no processo de diagnóstico e aceitação é prejudicial ao tratamento, uma vez que a identificação precoce deste transtorno global do desenvolvimento permite um encaminhamento adequado e influencia significativamente na evolução da criança.
O quadro de autismo não é estático, alguns sintomas modificam-se, outros podem amenizar-se e vir a desaparecer, porém outras características poderão surgir com a evolução do indivíduo. Portanto se aconselham avaliações sistemáticas e periódicas.

Grandes personalidades com autismo:
Van Gogh, Bill Gates - características autistas
Thomas Jefferson, Albert Einstein – mencionado como tendo Síndrome de Asperger (autismo de alto nível, nível cognitivo alto com comportamentos autistas)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

EUREKA (ou a Descoberta da Densidade) - parte I

Sexta-Feira, 17 Setembro 2010

Muito bem, cremos que está na hora de acabarmos com o suspense que criámos (se é que criámos algum) no primeiro post. Com o suspense e com a nossa indecisão.
A nossa mensagem: Eureka!
A tradução: Finalmente temos um tema!
Depois da fastidiosa e deliberada procura, para não dizer alguns parafusos queimados e suspiros de cansaço, acabámos por recolher alguns temas que nos interessavam, todos relacionados com ciências da saúde, nomeadamente oncologia e doenças mentais.
Qual destes temas escolhemos?, perguntarão vocês. Parece-nos que a resposta é óbvia:
Doenças Mentais.
Somos loucas? Provavelmente. Mas como já referimos antes, "de são e de louco todos temos um pouco".O nosso tema não é inédito, mas não deixa de ser por isso menos interessante. Por uma questão muito simples; apenas pedimos para pensarem um pouquinho: qual é a noção que têm de alguém com doença mental?
...
Talvez pensem simplesmente em alguém que ande por aí desnorteado a caçar gambuzinos, a balbuciar disparates e a gesticular para o ar. Ou talvez numa pessoa que fique enrolada numa concha, lamuriando para si próprio acerca da perseguição de que é alvo por parte do mundo e arredores, de olhar fixo e que tenha ataques de fúria de cada vez que alguém se tenta aproximar dele.
Agora tomando as coisas mais a sério, levando isto muito ao extremo até se podia dar o caso; não é raro. Contudo, devemos ter o bom senso de perceber que a doença mental não se resume a isto, e que as pessoas que sofrem dela não são meros "maluquinhos". São muitas vezes pessoas como qualquer outra, que passam despercebidas na multidão. Entre o preto e o branco, há muitos tons de cinzento.
É precisamente essa distinção de "cores" que queremos evidenciar. Queremos arrancar estas doenças do mistério em que estão envoltas e perceber como a sociedade lida (ou não) com estes doentes. Dito de outra maneira, queremos desmanchar o preconceito.

Deixando-nos de divagações, uma coisa é certa: descobrimos um tema (o que já não era sem tempo).
Muito bem, estamos a meio caminho. Só precisamos de saber se ao evendrar por esta estrada chegaremos a algum lado e se não encontraremos nenhum beco sem saída. O nosso projecto é, afinal, viável ou não?

O que é a Doença Mental?


Definição e causas

O termo doença mental ou transtorno mental, é constituído por um amplo espectro de condições que afectam a mente. A doença mental provoca sintomas tais como desconforto emocional, distúrbio de conduta e enfraquecimento da memória. Algumas doenças em outras partes do corpo também afectam a mente, e, outras vezes, criam desconfortos que, escondidos no subconsciente, podem desencadear outras doenças físicas.

A doença mental é causada por um grande variedade de factores, tais como, hereditariedade, química cerebral e aspectos do nosso estilo de vida. Acontecimentos que aconteceram no passado, que tenha provocado um trauma, e relações com outras pessoas podem também ser uma causa para esta doença. Mas, seja qual for a causa, a pessoa que desenvolve o transtorno mental, sente-se muitas vezes em sofrimento, desespero e incapaz de continuar com a sua vida.
Tratamentos
Na actualidade, já existem vários tratamentos efectivos para estas doenças. Podem incluir medicamentos, tratamentos físicos, tratamentos pela fala (psicoterapias) e aconselhamento e /ou apoio no dia-a-dia da vida em diferentes formas.
Existem diferentes profissionais que podem estar envolvidos na assistência da pessoa que está enferma, tais como, clínico geral, psiquiatras, psicoterapeutas, conselheiros, grupos de apoio voluntários e assistentes sociais.
Os psiquiatras são médicos que se especializam no diagnóstico e tratamento das doenças mentais. Examinam os vários factores que podem ter contribuído para que alguém se torne mentalmente doente e tratam de arranjar um tratamento mais adequado para as necessidades do paciente. As causas do sofrimento mental são complexas e nem sempre estes médicos conseguem arranjar uma resposta para todos os problemas.

Terça-feira, 14 Setembro 2010

Há sempre muito por dizer. E, para conhecer bem alguma coisa, é necessário falar muitíssimo sobre isso. É preciso observar e, sobretudo, querer compreender.
Porém, por mais que queiras descrever algo, nunca vais conseguir transmitir uma imagem exacta disso. Se quiseres saber então experiencía-o. Vive-o.

De momento devem estar a perguntar-se o que é que queremos dizer com todo este paleio e por que carga de água não vamos directas ao assunto. Já lá vamos!
Mas é melhor começarmos por algum lado. O princípio parece sempre ser bom ponto de partida.
Somos três alunas do 12º ano (que damos pelo nome de Sara, Rita e Ana, à falta de melhor) e que se depararam pela primeira vez com a faceta séria da disciplina de Área de Projecto (e acreditem, encontros destes, inesperados e atribulados nunca são fáceis de gerir).
Escusado será dizer que a nossa ideia sobre a disciplina não era a mais correcta. Mas da mesma maneira que coisas sérias podem ser assustadoras, também se podem revelar experiências divertidas e gratificantes. Sabemos que nos foi dado um incrível espectro de possibilidades e faremos o melhor que conseguirmos disso.
Resumindo, já refeitas da cambalhota e agora encarando o bicho-de-sete-cabeças, Área de Projecto, como um bicho manso, temos o mundo nas mãos (não levem isto à letra, ou teriam a garantia de que o apocalipse ia chegar mais cedo). Ou seja, temos tudo!
Ah... Se calhar só nos falta o tema...
Fique claro que nesta primeira aula nos limitámos a assistir à apresentação da disciplina e a preencher umas fichinhas bonitas (ou não).
Mas garantimos que, assim escolhermos o tema, vos pomos a par de tudo. Porquê?
Foi-nos feita a proposta irrecusável (literalmente, porque não podiamos recusar) de manter um diário de bordo, onde vamos descrever todas as nossas aulas e actividades (intimidade ao máximo, por isso aproveitem).
Então... Cá vai!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Um novo olhar

"Se olhares em redor, não há nada. Ou há, talvez, não sei, talvez nem queira saber. Grandes muros, contruídos à tua volta, que não te deixam sair, que te aprisionam, te vedam do mundo exterior e que vedam o mundo de ti. Muros que talvez tu próprio tenhas construído para te proteger do mundo. Muros que causam toda a escuridão que em ti existe. Dás por ti e moves-te numa roda, numa espiral infinita de pensamento solto, e pensas, em tudo, em nada... tudo é confuso. Pensamentos que não querias de momento, mas que não consegues evitar. Contudo, sabes que há mais. Há em ti um grito silêncioso. A tua mente é um remoinho. A tua vontade, a procura incessante de uma saída deste labirinto. Mas não vale a pena pensar muito. Apenas acabarias por te perder mais."

Este poderia ser um possível pensamento de alguém que não se encontrasse totalmente bem. Alguém a quem normalmente dizem que não tem os parafusos todos, que tem macaquinhos no sotão. Alguém a quem as pessoas chamam maluco. Tudo isto não passa de preconceito, pois as pessoas não se podem definir por meros rótulos.
Perguntarão afinal o que é esta loucura? Ou melhor, o que é uma doença mental?
Há muitas maneiras de o definir e há ainda mais tipos desta doença do que aquilo que vocês possam imaginar. Mas de uma maneira geral há uma coisa que se repete: estas pessoas estão desligadas da realidade, vivem num mundo à parte.
Esta realidade em que vivem pode ser diferente da nossa, mas devemos fazer um esforço para tentar compreendê-la. Um doente mental pode viver num mundo à parte, criado por ele, mas o que muitas vezes acontece é que este acaba preso num outro mundo, criado pela sociedade. Por esta não o conseguir compreender, por ter medo, isola-o, quando aquilo que ele mais precisa é uma ajuda.

O nosso objectivo é desmistificar as doenças mentais, explicar que eles não 'perderam parafusos' e que não são mais do que pessoas como nós.
Se é verdade que para perceber a loucura é preciso ser-se louco, então sê-lo-emos.
Afinal, "de são e de louco todos temos um pouco."

"Para tornar a realidade suportável, todos temos de cultivar em nós certas e pequenas loucuras."
Marcel Proust