sexta-feira, 19 de novembro de 2010

3ªferia, 12 Outubro a 6ªfeira, 12 Novembro 2010

Enfim, o tempo passa bem depressa. Um mês voou, bem alto e para longe, e nós aqui em baixo a tentar acompanhá-lo, antes que ele se escapasse de vez. Procurar, correr, perdermo-nos nos labirintos do caminho e encontrarmo-nos de novo foram apenas algumas das coisas que temos feito ultimamente (não julguem que é pouco; também dá trabalho, está bem?); fora todas as outras subtilezas.
Simples e insignificantes tarefas como pesquisas acerca do tema em questão, tratar informação, publicá-la (aqui mesmo, neste belo blog) e actualizar o diário de bordo, tentando refazer todas as nossas pegadas (talvez por isso as datas não estejam coerentes, como de certo já notaram).
Por isso... sim resume-se a isto o que fizemos no passado mês. Meu Deus, dito assim até parece que andámos para aqui a brincar... Não é verdade! OK? Para além de travar batalhas diárias com a net e aturarmo-nos umas às outras (não é nada fácil para que saibam) conseguimos edificar a estrutura do nosso projecto, da nossa futura obra-prima (modéstia à parte).
Agora podemos suspirar de alívio e sentarmo-nos confortavelmente a descansar e a apreciar as vistas (ahahaha). Ou talvez não. Pelo menos sonhar ainda não é proibido.
Agora falta-nos iniciar a parte cool da coisa, deixarmos de anti-socialidades e começarmos a interagir.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sexta-feira, 8 Outubro 2010

Hoje foi dia de estabelecer limites. A partir de agora, se alguma destas três raparigas pisar as linhas, vamos ter chatices! Portanto, ficaremos aqui, a Sul da Fronteira.
Vamos explicar melhor. Acabámos de definir os assuntos que vamos tratar.
E agora sim podem perguntar-se: "O que fica a sul da fronteira?".
Muitas coisas que, por mais que sejam, não chegam sequer a roçar a superfície. Mas vamos ser breves. Decidimos que iremos falar acerca das doenças que mais afectam jovens da nossa idade e que mais despertam a curiosidade geral.
Entre elas:
- Autismo
- Esquizofrenia
- Epilepsia
- Depressão
- Transtorno maníaco-depressivo

Todavia, o que queremos saber acima de tudo, é como é a realidade destas pessoas, como e que elas vêem o mundo. E como é que o mundo as vê a elas. Como é que a sociedade lida e o que pensa acerca destes doentes. 
Agora já temos todas as bases para começar a pesquisar e a desenvolver o nosso projecto.
Portanto resta-nos pôr as mãos ao trabalho e arar esta nova terra para que mais tarde ao que lá plantarmos dê frutos.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Características do Autismo Infantil

Sexta-feira, 1 Outubro 2010

Hoje fomos ter com a psicóloga. A bem dizer, precisamos de toda a ajuda que consigamos arranjar.
Ah... pois, isso mesmo, terapia de grupo. A partir de agora fazemos parte dos qualquer-coisólicos anónimos; vamos partilhar experiências, introspeccionar-nos, falar dos nossos problemas...
Ou não. Não mesmo! Nós não estamos aqui para brincar nem para palavreado. O que nós vamos fazer é lidar com o trauma!
Armadas com o nosso melhor lápis e bloco de notas e armadilhadas com a mais audaz curiosidade, tomámos de assalto a sala de atendimento da escola e roubámos uma horinha à nossa psicóloga.
Apesar do nosso bravo espírito revolucionário, será muito fácil perceber que assim que atingimos o território a conquistar, nos comportámos como uns cordeirinhos. Estar debaixo do olhar atento de um psicanalista é sempre intimidante.
O nosso objectivo: informar-nos melhor sobre o nosso tema, para começar a delinear o trabalho.
Nesta pequena "consulta" fomos postas a par do enorme universo das doenças mentais. Tal como a doutora enfatizou, é quase impossível abordar todos os aspectos destas doença, até porque a sua definição é difícil e porque são tão variadas como a dislexia e a esquizofrenia. Foi-nos também dada uma pequena lista de temas a investigar e vários contactos de médicos e psiquiatras que nos poderá vir a ser útil.
No final da consulta, arrecadámos as armas, voltámos à nossa base (sala de aula) e começámos a conspirar acerca do próximo alvo: as fronteiras.
Pensámos, pensámos e pensámos...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

A depressão quase me matou- Um caso real



O livro "A Depressão Quase me Matou - Um Caso Real", é um relato de um ex-doente, vítima de depressão. Um testemunho de Carlos Palma, rico em conhecimentos que poderão ser úteis não só para aqueles que sofrem desta disfunção psíquica, mas principalmente para todos aqueles que de mais perto com elas convivem.
É uma obra que não nos fala apenas da doença em si, mas antes da forma como lidar com ela e como encarar as pessoas que dela sofre.

«Nove horas. Acordo de mais uma noite de pesadelos. A minha mulher já saiu para o emprego. Hora e meia nos transportes públicos. É de assustar só de pensar. O meu filho já está na escola. 15 anos. É um filho impecável. Meigo. Desorientado e assustado com o que vê no  meu comportamento. Fala em sussurro com a mãe. A minha mulher diz-me: -"Carlos. O nosso filho anda assustado e desorientado com o que vê. Não se consegue concentrar nas aulas. Anda muito calado. Já lhe expliquei que estás psicologicamente debilitado mas com os medicamentos vais melhorar em breve e voltarás a ser alegre e brincalhão. Vou chamá-lo. Faz-lhe uma carícia e sorri para ele. Consegues?". Com a cabeça digo que sim. Entra no meu quarto. Tenho o olhar fixo no tecto do quarto. Sorrio para ele. Ajoelha-se ao pé da cama e beija-me. Descontrolo-me. Abraço-o com força e beijo-lhe os cabelos lindos a cheirar a lavado. Irrompo num pranto convulsivo. As minhas lágrimas molham-lhe a face e os cabelos. Um nó na garganta."Não chores pai... pai não chores...por favor pai...". Estou a traumatizar o meu filho. Vou buscar forças ao fundo de mim. Enxugo as lágrimas, encho o peito de ar e afago-lhe a face molhada. Uma voz cava sai dos meus lábios. "Mário. Não te quero ver nesse estado de nervos. O que o pai tem hà-de  passar com os medicamentos a ajuda do médico e a força que tu e a tua mãe me dão. Não te quero ver assim preocupado. Vai pra casa dos teus amigos jogar no computador. Distrai-te." Forço um sorriso. "Ontem o nosso clube ontem jogou bem... pira-te e não penses mais nisto". Beijou-me a face. Levantou-se e saiu. A cara pálida do medo. "Tchau e porta-te bem se tiveres tempo".  Isto foi ontem à noite. Noto um  movimento ao fundo da cama. A gata está a enroscar-se. Olha para mim. Parece, pelo olhar triste que compreende tudo o que se passa. Vem até junto da minha cara. Cheira-me…»

Epilepsia

A epilepsia é uma alteração na actividade eléctrica do cérebro, temporária e reversível, que produz manifestações motoras, sensitivas, sensoriais, psíquicas ou neurovegetativas. Para ser considerada epilepsia deve ser excluída a convulsão causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos.
Existem várias causas para a epilepsia, uma vez que muitos factores podem lesionar os neurónios ou o modo como estes comunicam entre si. As causas mais frequentes são: os traumatismos cranianos, provocando cicatrizes cerebrais; traumatismo de parto; interrupções do fluxo sanguíneo cerebral causado por AVC ou problemas cardiovasculares; ou doenças infecciosas e tumores.
Podem ser encontradas lesões no cérebro através de exames de imagem, como a tomografia computadorizada, mas normalmente tais lesões não são encontradas.
Existe uma discussão sobre a “personalidade epiléptica” no sistema legal, mas de um modo geral o epiléptico não deve ser considerado inimputável.
Quando se identifica uma causa que provoque a epilepsia, esta é designada por “sintomática”, que quer dizer que a epilepsia é apenas o sintoma pelo qual uma doença subjacente se manifestou; em 65% dos casos não se consegue detectar nenhuma causa, e assim a epilepsia é chamada de “idiopática”; quando se suspeita da existência de uma causa mas não se consegue detectar a mesma, a epilepsia é designada de “criptogénica”.

Alguns factores que podem desencadear crises epilépticas:

1.       Mudanças súbitas da intensidade luminosa ou luzes a piscar (algumas pessoas têm ataques quando vêem televisão, jogam no computador ou frequentam discotecas);
2.       Privação de sono;
3.       Ingestão de bebidas alcoólicas;
4.       Febre;
5.       Ansiedade;
6.       Cansaço;
7.       Ingestão de algumas drogas e medicamentos.

“Em todos os países, a epilepsia representa um problema importante de saúde pública, não somente pela sua elevada incidência, mas também pela repercussão da enfermidade, a recorrência das suas crises, além do sofrimento dos próprios pacientes devido às restrições sociais que na maioria das vezes são injustificadas” – afirma um neurologista, que também é professor da Universidade de Guadalajara, no México.

Ao contrário do que muitos pensam, a epilepsia não é incurável, existem tratamentos com medicamentos e cirurgias capazes de controlar e até curar a epilepsia. Os principais medicamentos utilizados são a Fenobarbital, Fenitoína, Valproato, Carbamazepina e Depakine.

Grandes personalidades com epilepsia:
 - Fiódor Dostoievski (escritor russo);
 - Alexandre o Grande (rei macedónico);
 - Alfred Nobel (inventor da dinamite e do prémio Nobel);
 - Napoleão Bonaparte (imperador francês).

“Sim, eu tenho a doença das quedas, a qual não é vergonha para ninguém. E a doença das quedas não impede a vida.” – Fiódor Dostoievski

Esquizofrenia

A esquizofrenia é um transtorno psíquico severo que se caracteriza pelos seguintes sintomas: alterações do pensamento, alucinações, delírios e alterações no contacto com a realidade. É hoje encarada não como uma doença, mas como um transtorno mental, podendo atingir diversos tipos de pessoas.
Atinge 1% da população mundial, manifestando-se mais frequentemente entre os 15 e os 25 anos, nas mulheres e nos homens, podendo ocorrer de igual forma na infância ou na meia-idade.
Tipos de esquizofrenia
O diagnóstico da esquizofrenia é por vezes difícil, não pode ser efectuado através da análise de parâmetros fisiológicos ou bioquímicos e resulta apenas da observação clínica das manifestações do transtorno ao longo do tempo. Para além do diagnóstico, é importante que se identifique o subtipo de esquizofrenia em que o paciente se encontra.
Existem cinco subtipos:
Paranóide- Estes doentes são desconfiados, reservados e podem ter comportamentos agressivos.
Desorganizado- São predominantes os sintomas afectivos e as alterações do pensamento. As ideias delirantes do doente, embora presentes, não são organizadas.
Catatónico-  É caracterizada por sintomas motores e alterações da actividade, que podem ir desde um estado de cansaço até à excitação.
Indiferenciado- Estes doentes apresentam uma certa apatia e indiferença relativamente ao mundo exterior.
Hebefrênica- Devia ser somente diagnosticada em adolescentes e adultos jovens. Estes doentes apresentam risos desmotivados, expressões bizarras, condutas incongruentes, afastamento social e descuido com a aparência.
Sintomas
Os sintomas desta doença podem não ser os mesmos de indivíduo para indivíduo, podendo aparecer de forma gradual ou, pelo contrário, manifestar-se de forma explosiva e instantânea. Podem ser divididos em duas categorias: sintomas positivos e negativos.
Sintomas positivos: Estes sintomas estão presentes com maior visibilidade na fase aguda do transtorno. Entende-se como sintomas positivos os delírios, as alucinações, impulsos, agressividade, pensamento e discurso desorganizado.
Sintomas negativos: São o resultado da perda ou diminuição das capacidades mentais, como a falta de vontade ou de iniciativa, isolamento social, apatia, pobreza do pensamento e indiferença emocional.
Causas
Não existe uma única causa para o desencadear deste transtorno. O quadro psicológico (consciente e inconsciente), o ambiente, histórico familiar da doença e de outros transtornos mentais e mais recentemente tem-se admitido a possibilidade do uso de substâncias são as causas que contribuiriam para o aparecimento desta doença. Existem várias teorias para explicar estas causas.
Teoria genética- Admite que os genes juntamente com os factores ambientais podem estar envolvidos no desencadear deste transtorno. A probabilidade de um indivíduo vir a sofrer de esquizofrenia aumenta se houver um caso desta doença na família. No entanto, a causalidade genética ainda não foi provada.
Teoria neurobiológica- Esta doença é causada por alterações bioquímicas e estruturais do cérebro. Esta teoria foi provada pelo facto de a maioria dos fármacos utilizados no tratamento desta doença actuarem através do bloqueio dos receptores da dopamina. Dopamina- É um neurotransmissor e tem como função estimular o sistema nervoso central.
Teoria psicanalítica- Esta teoria tem como base a teoria de Freud da psicanálise, e remete para a fase oral do desenvolvimento psicológico. Esta fase ocorre deste o nascimento até aos 12/18 meses e há a ausência de uma relação inicial entre mãe e filho. Essa relação conduziria a personalidades “frias” ou indiferentes no estabelecimento das relações. A ausência desta relação inicial satisfatória estaria na origem desta doença.
Teorias familiar- Umas baseiam-se no tipo de comunicação entre os vários elementos da família e outras aparecem mais ligadas a estruturas familiares. Surge nesta teoria uma mãe possessiva, dominadora com o seu filho, como gerador de personalidades esquizofrénicas. Estudos mais tardes vieram depois a negar esta hipótese.
Apesar de existirem todas estas teorias para a explicação da origem desta doença, nenhuma delas individualmente consegue dar uma resposta satisfatória.
Tratamento
Existem vários procedimentos indicados para estes doentes como o acompanhamento médico, a psicoterapia e a psicoeducação. Apesar de não se conhecer a cura, o seu tratamento pode ajudar a tratar os sintomas e a permitir que os doentes possam viver as suas vidas de forma satisfatória e produtiva. É vital o reconhecimento precoce dos sinais da esquizofrenia para que se possa procurar uma ajuda rápida, uma vez que o melhor período para o tratamento da esquizofrenia é com aparecimento dos primeiros sintomas.
Cuidados a ter
É útil que o doente tenha conhecimentos sobre os sintomas e possíveis sofrimentos ao longo da vida. Sendo por isso vantajoso que estes doentes sigam alguns cuidados, nomeadamente:
1. Evitar o stress;
2. Se achar que a medicação não está a ajudar ou sentir efeitos não desejáveis deve avisar o seu médico psiquiatra;
3. Fazer psicoterapia e ter consultas regulares com seu psicólogo;
4. Procurar ter horas para dormir, comer, trabalhar - ou seja, criar rotinas;
5. Permanecer em contacto com as outras pessoas, não buscar o isolamento;
6. Praticar desporto pelo menos uma vez por semana.
Problemas
Os problemas que geralmente ocorrem na família do esquizofrénico são os seguintes:
Medo… "Ele poderá fazer mal a si ou às outras pessoas?"
Negação da gravidade… "Isso daqui a pouco passa", "Não tens nada a ver com aquele tipo da televisão"
Incapacidade de falar ou pensar em outra coisa que não seja a doença… "Toda a nossa vida gira em torno do nosso filho doente"
Isolamento social… "As pessoas até nos procuram, mas não temos como fazer os programas que nos propõem"
Constante busca de explicações… "Ele está assim por algo que fizemos?"
Depressão… "Não consigo falar da doença do meu filho sem chorar."


sábado, 6 de novembro de 2010

História à volta do nome

Terça-feira, 28 Setembro 2010

Como recentemente notámos (porque até não é uma daquelas coisas que salta à vista nem nada), precisávamos de um meio para divulgar o nosso trabalho. Nada melhor do que criar este mesmo blog, onde divulgaremos tudo aquilo que fizermos (como se não fôsse óbvio). Um ponto já está resolvido. Falta outro.
Desde o dia 24 que temos deixado uma importante missão em standby. O tempo suficiente para que o nosso espírito maternal conseguisse arranjar inspiração para o nome do nosso pequenino.
O projecto, finalmente acordado e levantado do berço onde dormia, foi oficialmente baptizado e dará os primeiros passos com o nome de REALIDADE.
Porque é que uma criaturinha devia carregar este nome? Pelo seu significado. Aquilo que principalmente define a doença mental é o afastamento da realidade, a percepção das coisas de uma maneira completamente diferente. É criado um novo real.
Estamos tão contentes com o nome! E sabemos que o projecto também está (ainda não o ouvimos queixar-se, por isso presumimos que sim).
Ora estavamos nós experimentando chamá-lo pelo nome, para experimentá-lo nas nossas palavras, continuando o cartão de visita, quando a Sara teve a brilhante ideia de lhe dar um nome do meio. Mais por um erro do que por outra coisa (porque a Sara é aquele querido génio acidental - mas um génio, independentemente de tudo), conseguimos fazer algo bastante criativo (modéstia à parte).
Portanto, o nome completo do nosso petiz:

           REALIDADE
                um mundo à parte

(Ou um aparte sobre a realidade do mundo.)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Formalidades

Sexta-feira, 24 Setembro 2010

Não há muito a relatar. Continuamos muito formais.
Meus caros, não vale a pena começar a pensar em fatos de gala e floreados pomposos, não é bem isso. É bem mais a onda de estar à frente de um computador a queimar os fusíveis sob o olhar atento da professora. Porque há certas e determinadas coisas que têm que ser feitas.
E o que tem de ser feito tem muita força! Pode é não ter muita produção...
Tal como um cartaz, por mero exemplo. E um cartão-de-visita.
Isso mesmo, essa tal parte formal que vai consumindo o nosso tempo. Uma vez que ainda precisamos de recolher informação e de ficar mais "adentradas" no assunto, decidimos deixar o cartaz para mais tarde.
Agora é fácil, puxamos pela cabeça para criar um cartão-de-visita (Pela cabeça e pelas bochechas da Ana, que apenas cometeu o pecado de sentar no meio de duas desnorteadas. O que é que estas agressões têm a ver com isto é difícil de perceber, mas lá que perturbaram uma linha de raciocínio - inexistente ou não, não interessa - perturbaram!)
Como estava a dizer, começámos a criar um cartão-de-visita. Se alguém se questionar a cerca do que é esta engenhoca, basta dizer que dá muito jeito. Facilita muito quando nos dirigirmos a uma associação, entidade, ou outros afins, para deixar contacto ou as apresentações feitas: num gesto seguro e descontraído, basta tirar do bolso um pequeno papel, e com um meio sorriso explicar "Projecto. Área de Projecto". É muito estilo! (Só é pena não ter o sotaque inglês...)
Ah... mas nesta altura já deviamos saber que uma formalidade nunca vem só. O cartão, se bem que já magnificamente armadilhado com telefones, mails e direcções, não terá grande futuro enquanto não tiver lá o nome do projecto nem o logótipo.
Concluindo, temos mesmo que meter mãos à obra e despachar-nos com isto.

Bons ventos nos levem!

Terça-feira, 21 Setembro 2010

Já devem ter visto muitas vezes fotos ou cenas cinematográficas em que está alguém sozinho à beira duma estrada sem fim, no meio de um deserto. Onde não se vê vivalma no horizonte, a não ser o ocasional arbusto ressequido que passa por nós rolando no pó. E devem lembrar-se da silhueta dessa pessoa, na margem do caminho, erguendo um polegar para tentar apanhar boleia de uma qualquer viatura que há-de vir a caminho lá dos confins da Terra.
Isso mesmo, a imagem do viajante errante.
Analogias à parte, sentimo-nos a viver um pouco nessa paisagem.
Não estejamos irremediavelmente estagnadas ou à espera de uma boleia qualquer que faça as coisas por nós (Não, não somos dessas. Não há nada melhor que trabalhar afincadamente no duro, sujar as mãos e estafar a mente. Vá lá, por quem nos tomam?). Enfim, não é bem isso. Mas precisamos de uns "ventos inspiradores".
Chega-se sempre a uma altura em que não vale a pena adiar mais e o trabalho tem de ser apresentado. Esta aula tivemos que atender ao aspecto formal da coisa. Pesquisámos sobre mais associações com as quais nos fosse possível trabalhar: para além da Cerci e do hospital, arranjamos o contacto da APPACDM (Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental), e enviámos um mail a pedir a sua colaboração. Aguardamos agora uma resposta. Portanto resta-nos esperar.
O que acontece quando alguém está parado à espera de algo, é que irá ser interpelado por um monte de coisas das quais ainda não se tinha apercebido. E, só neste momento, arrebatadas pelo peso sufocante da realidade, nos damos conta que nos faltam as bases. Precisamos de um mail próprio, de um meio para divulgá-lo... e talvez, hipoteticamente falando, de um NOME (ser-nos-á difícil trabalhar sem isso).
Um mail foi já criado, por isso, se alguém nos quiser contactar aqui fica: dm.areaprojecto@gmail.com. Até aqui tudo bem.
Mas isto não altera o facto de o nosso (querido) recém-nascido projectozinho continuar a carecer de um nome próprio. Que criadoras desnaturadas que somos! Deixá-lo sem identidade! (Que ilegalidade, uma completa afronta aos Direitos Humanos... Não que o trabalho seja completamente humano, mas não se faz!)
Depois de alguma discussão, parte fundamental da escolha, e alguns narizes torcidos, ficámos reduzidas a quatro hipóteses:
 1. "Uma sombra na sociedade"
 2. "Uma sombra como nós"
 3. "Um pouco mais de..."
 4. "Do outro lado do espelho"

Hmm. O problema que se coloca é que nenhum deles é... aquele. Esperamos um pouco mais... E a última coisa que queremos é que no futuro (sim, porque ele tem futuro) o nosso trabalho se revolte pelo nome horrível que escolhemos e não nos perdoe por isso. Contudo, enquanto ainda não tivermos este ponto continuamos aqui, à beira da estrada, a ver passar arbustos.
Só precisamos de um vento, uma brisa, um sopro inspirador para nos levar ao bom caminho!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Trantorno Maníaco-Depressivo

Distúrbios maníaco-depressivos ou transtorno bipolar é uma forma de transtorno de humor caracterizado pela variação extrema do humor entre uma fase maníaca ou hipomaníaca, hiperactividade e grande imaginação, e uma fase de depressão, inibição, lentidão para realizar ideias, e ansiedade ou tristeza.
É uma doença principalmente caracterizada por episódios repetidos ou alternados de mania e depressão.
Um indivíduo que possua deste distúrbio está sujeita constantemente a episódios de extrema alegria, euforia e humor muito elevado, e também a episódios de humor muito baixo e desespero completo. Contudo, entre estes episódios é comum que passe por períodos de normalidade.
Deve-se ter em conta que este distúrbio não consiste apenas em meros altos e baixos, uma vez que altos e baixos são normais em qualquer pessoa sem que constituam um distúrbio. As mudanças de humor do distúrbio bipolar são mais extremas que aquelas que todos nós experimentamos.
Um indivíduo portador de bipolaridade ou transtorno bipolar pode chegar ao extremo da depressão e de seguida cometer suicídio, ou ao extremo da euforia de tentar escrever um livro num só dia, por exemplo.

Como identificar os Distúrbios maníaco-depressivos?
Por exemplo, o entusiasmo para comer uma pizza num sábado à noite, juntamente com discussões com amigos podem ser fortes indícios. Estes sinais não estão ligados a factores externos. Uma pessoa com este tipo de transtorno passa de “8 a 80” em emoções e humores com facilidade, experimentando desânimo, tristeza, ansiedade, falta de sono, prazer, euforia, agitação, agressividade, impulsividade e distracções, entre outros sintomas.
O bipolar quase nunca percebe quando está hiperagitado. Quando perceber, é normal que se recuse a aceitar o facto. Nem sempre os sintomas maníacos ou depressivos são bem claros, até quem convive com um bipolar tem dificuldades em distinguir uma aflição comum de uma depressão, ou uma alegria de uma euforia.
Esta doença é de difícil diagnóstico, mesmo para profissionais de saúde que acompanhem há um longo tempo o paciente. Após o diagnóstico positivo do transtorno vem a fase seguinte, e a mais difícil para o portador do transtorno: saber se o doente está ou não em surto.

Tratamento
O distúrbio bipolar é uma patologia que acomete cerca de 1,6% da população hoje em dia e já é tratável. As alarmantes trocas de humor podem ser controladas por medicamentos já conhecidos. O tratamento com carbonato de lítio é o mais antigo e ainda em uso, contudo já há significativos progressos no estudo de novos tratamentos com novas medicações introduzidas na medicina nos últimos tempos.
O tratamento moderno de transtorno bipolar é feito com uso contínuo de olanzapina ou quetiapina, em vez de lítio. Hoje há remédios de última geração que controlam com sucesso qualquer alteração de humor para os dois pólos da doença.
Com o uso de medicamentos adequados e de apoio psicológico, é perfeitamente possível atravessar períodos indefinidamente longos de saúde e ter vida plena.
O tratamento exige acompanhamento profissional, o uso fiel dos medicamentos adequados e o comprometimento do paciente em procurar para si uma vida melhor. O apoio e a compreensão da família e amigos chegados são de grande valia ao doente.

Grandes personalidades com transtorno maníaco-depressivo:
Winston Churchill (primeiro ministro inglês)
Ernest Hemingway (prémio Nobel da literatura)
Kurt Cobain (vocalista dos Nirvana nos anos 90)